Como Eu Era Antes de Você

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Adaptações de livros queridos pelo público são sempre polêmicas. Seja por uma pequena parcela que é fã, seja por outra que o leu com ressalvas, mas se surpreendeu com a qualidade e sensibilidade do texto. Como Eu Era Antes de Você é um desses livros que tocou o coração de muitos pelo mundo e nota-se o cuidado que tiveram com a obra original. Mas faltou o tom essencial do livro, faltou sentimento.
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Começamos com Will Traynor (Sam Claflin), 31 anos, empresário inteligente, bem-sucedido, sexy e lindíssimo (com aquelas covinhas <3), um apaixonado pela vida, por aventuras e descobertas, uma daquelas pessoas que não veio à vida para brincar, veio para aproveitar tudo que ela tem de melhor a oferecer. É quando, numa daquelas armadilhas do destino, ao atravessar a rua, sofre um acidente e fica tetraplégico.
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Então nos voltamos à protagonista, Louisa Clark, a “Lou” (Emilia Clarke), 26 anos, trabalhando em um café por 6 anos, desperdiçando potencial para algo mais, acomodada em um relacionamento com Patrick (Matthew Lewis, o Neville!!) por 7 anos e aparentemente feliz com sua vida pacata e sem acontecimentos. Até perder o emprego e ter que correr atrás de algo para sustentar a família, já que o pai, Bernard (Brendan Coyle, de Downtown Abbey <3), está prestes a perder o emprego e sua irmã mais velha, Treena (Jenna Coleman), a mais inteligente da família, tem filho pequeno para criar, o que acaba colocando novamente a responsabilidade nos ombros de Lou.
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Lou se veste muito diferente de outras moças, em cores vivas, combinações à la Agostinho Carrara, sapatos pouco convencionais, uma moda muito particular. Mas é um espírito alegre, daquelas pessoas que não brigam com ninguém. Então ela arranja esse emprego que paga extremamente bem para cuidar de Will Traynor. Sua missão é basicamente alegrá-lo, o que se torna difícil devido ao mau humor constante de Will, que não se conforma com sua realidade.
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Basicamente, o desenrolar dessa história é o crescimento pessoal dos personagens. Lou vai saindo da casca em que se envolveu naquela cidade turística que vive em função da propriedade do castelo dos Traynor. Will desafia Lou a experimentar, explorar, viver mais, e em troca ela o ajuda a viver com alguns ínterins de felicidade genuína.
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Uma falha monumental é a escolha de não revelar o porquê dessa reclusão de Lou, da origem de sua própria personalidade borbulhante, mas entendo que a escolha foi devido ao tom do filme, que teve seu drama amenizado de certa forma em prol de mais momentos cômicos para aliviar a dor da situação, a grande escolha que Will já fez e da qual tentam persuadi-lo a desistir.
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Sentei na sala de cinema e ouvi os soluços e as risadas de quem gostou do filme. Provavelmente será um sucesso de bilheteria. Mas não consigo deixar de pensar que esta adaptação de uma história com tamanha carga emocional pecou em querer tanto ser fiel aos diálogos, aos grandes acontecimentos, que resultou em cenas com pouca recompensa emocional, pouca construção de intimidade, uma química fraca entre os protagonistas, expressões exageradas da parte de Emilia Clarke – tente relevar o constante levantar e abaixar daquelas sobrancelhas – e em momentos em que se espera um golpe no coração mesmo, mas só se sente uma mera cutucada. Não é um filme ruim, mas nem todas as adaptações podem ser “A Garota Exemplar”, infelizmente.
Nota:

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