A Canção da Vitória é uma celebração cheia de vida e obra de George M. Cohan, um dos maiores nomes do teatro americano. Dirigido por Michael Curtiz, o filme combina elementos de biografia, musical e patriotismo em uma narrativa que homenageia o espírito de resiliência e criatividade norte-americana. Com James Cagney no papel principal, em uma performance que lhe rendeu o Oscar, a obra transcende seu tempo ao conectar a jornada de Cohan com a história dos Estados Unidos.
A trama acompanha Cohan desde sua infância, quando se apresentava com a família em espetáculos de vaudeville, até o auge de sua carreira como um dos maiores showmen da Broadway. O roteiro, assinado por Robert Buckner e Edmund Joseph, é estruturado como um flashback, com Cohan relembrando sua trajetória enquanto recebe a Medalha de Ouro Congressional na Casa Branca. Essa escolha narrativa confere ao filme uma aura de retrospectiva nostálgica, destacando os altos e baixos de sua vida profissional e pessoal.
Além de contar a história de um artista extraordinário, A Canção da Vitória é também uma homenagem às músicas que marcaram gerações. Canções como “Yankee Doodle Dandy”, “You’re a Grand Old Flag” e “Over There” não apenas pontuam momentos cruciais da trama, mas também funcionam como uma trilha sonora emocional para a audiência, evocando tanto o orgulho patriótico quanto a memória coletiva de um período desafiador na história americana.
James Cagney brilha em sua única performance premiada com o Oscar. Ele captura a essência de Cohan com um carisma inconfundível, alternando entre momentos de exuberância teatral e introspecção emocional. Sua habilidade de incorporar gestos sutis e manerismos marcantes confere autenticidade ao personagem, tornando-o mais humano e memorável. O elenco de apoio, incluindo Walter Huston e Joan Leslie, complementa Cagney com atuações sólidas que dão profundidade à narrativa.
A direção de Curtiz mantém um ritmo ágil, equilibrando o drama da ascensão e queda de Cohan com números musicais eletrizantes que refletem a grandiosidade dos palcos da Broadway. O filme também é uma declaração de amor ao teatro e à cultura americana, destacando a conexão íntima entre a arte e o patriotismo durante períodos de crise, como a Primeira Guerra Mundial.
No final, A Canção da Vitória não é apenas um retrato de um artista ou de uma era. É uma celebração do poder transformador da música e do teatro, mostrando como eles podem inspirar, unir e elevar uma nação. Com sua energia contagiante e performances marcantes, o filme permanece como um clássico atemporal que continua a emocionar públicos de todas as gerações.