Arquivo X – 10ª Temporada

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Com temporada curta, série revive o clima de mistério que marcou a televisão.

Poucas séries tem o poder de encantar um público alto e ser relevante com o passar das temporadas, tanto pra quem assiste quanto pra quem faz, porque a gente sabe, chega uma hora que a história simplesmente não flui mais, não tem mais um significado para tanto esforço. Essas que chegam a durar 10 temporadas ou mais, tem sua mensagem eternizada em celuloide para qualquer momento ou geração, sendo atemporais, mesmo numa imagem sem alta definição. Nessa categoria entram Friends, E.R. e tantas outras que se mantiveram firmes e lançaram estrelas. Hoje vemos um movimento nostálgico das séries dos anos 90 que fizeram tanto sucesso e que seria incrí­vel vê-las novamente, assim como está acontecendo com Fuller House, Gilmore Girls, e agora com Arquivo X, afinal a verdade ainda está la fora.


Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson) voltam aos papéis que os consagraram, carregando a mesma tensão sexual de sempre e também os mesmos mistérios. De volta aos arquivos X, divisão de assuntos ocultos do FBI, eles começam a investigar um caso de abdução e experimentação de DNA aliení­gena e humano. E com alguns flashbacks do passado, as linhas do tempo vão se encaixando para a história tomar o seu curso. O que ainda não sabemos é que fim levou William, o filho do casal, que foi mandado para um lugar que eles desconhecem, para protegê-lo de qualquer interferência do governo. A trama se mantém ágil e perspicaz, concentrada nos personagens e nas criaturas que hora parecem ser reais, hora parecem ser coisa da nossa imaginação. Essa brincadeira com o real e o que não se pode provar são grandes pontos da série.


E que momento bom para retomar uma narrativa de investigação aliení­gena, num momento em que não há uma tendência de temática, como já foi dos vampiros, dos CSI da vida ou dos zumbis. Num formato mais compacto, com apenas 6 episódios, a produção consegue fechar um arco completo, sem ter que enrolar demais, e mesmo tendo a ameaça da semana, o charme de assistir uma série dos anos 90 com os olhos dos anos 2010 é extremamente satisfatório, a série prova que funciona, tanto para o público que as temporadas passadas, quanto o público novo que sempre ouviu falar sobre Arquivo X, conhece a musiquinha tema, mas nunca assistiu por ser muito velho talvez, ou porque não reprisa insistentemente como Friends.

Os produtores poderiam ter colocado uma dupla jovem para comandar a série, usando da ferramenta do reboot, mas não o fizeram, ainda assim deixaram um gostinho de uma dinâmica paralela de dois agentes, Einstein (Lauren Ambrose) e Miller (Robbie Amell) muito parecidos com Mulder e Scully, em um dos episódios, como um reflexo do casal original. Mesmo a série não se arriscando muito em termos de trama, ela banca uma linha constante e centrada, até para sentir a resposta e formar uma base, para que mais pra frente, possa voltar com avanços mais significativos na história. De qualquer modo, Arquivo X acertou muito e errou pouco trazendo de volta o desconhecido e nos fazendo querer acreditar novamente.

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