As Linhas da Minha Mão

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Revelações em camadas: Viviane da Cassia Ferreira em "As Linhas da Minha Mão"

As Linhas da Minha Mão é um filme do diretor João Dumas, que foi premiado como melhor filme na 26ª Mostra de Tiradentes, a produção é um desabafo da atriz Viviane da Cassia Ferreira, contado em diversas situações.

Viviane a primeira vista traz ao que parece uma estrutura de vida pautada nos cuidados de saúde e bem estar fazendo práticas de yoga, dignas de o que aparenta ser uma grande conhecedora dos movimentos, junto a isso leituras e discussões acerca das observações da visão e comportamentos do ser humano do famoso filósofo Friedrich Nietzsche.

Mas como somos feitos de camadas e é isso que João Dumas parece querer mostrar em sua proximidade através do uso da câmera de uma maneira quase intrusa, as camadas de Viviane vão sendo expostas quase que de uma maneira agoniante e desconcertante, seja contando a respeito de suas dores, as pseudociências que acredita, seus vícios escancarados, como o álcool e o tabaco. Mostrando a antítese de se viver, flutuando no yoga e naturalizando um gole atrás do outro, tragadas constantes, dava pra fazer uma propaganda de Derby ou Malboro, porque da Devassa já tem. Oferece constante ao ser humano a berlinda do sofrimento mental. Mas como uma artista traz isso de maneira performática.

Um filme angustiante, causa incômodo. Faz a lição de casa a que se propôs, mas agrada públicos bem específicos, filme para ser visto por atores, artistas e amantes de Nietzsche ou odiadores dele.

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