Quando o filme foi lançado em 2016 e vi que era dirigido pelo André Øvredal que havia feito até então apenas O Caçador de Troll (2010) que achei fantástico e é um dos poucos “found footage” que gosto, e em 2016 ançou um curta espetacular chamado O Túnel, foi tudo que eu precisei para querer muito assistir A Autópsia e já jogar a expectativa lá para cima. Não é porque o cara se chama André, mas olha, se ele tá envolvido pode confiar, o cara tem o dom de deixar o simples fantástico.
O filme começa com um “o que diabos aconteceu aqui?” em uma cena muito boa e bonita, vemos os corpos das vítimas até então de uma cena de crime. O que houve? Não sabemos, nem a polícia sabe, ninguém sabe e absolutamente nada faz sentido, principalmente quando encontram o corpo que dá nome ao filme e é assim que somos introduzidos a essa bela e surpreendente história.
Logo após essa bela cena inicial percorremos os corredores um tanto quando escuros e já dando a entender que o clima vai ser tenso por ali em algum momento do filme, chegamos à sala onde somos apresentados aos protagonistas, pai e filho que possuem um negócio familiar e estão executando uma autópsia nesse momento, a cena toda desde a entrada percorrendo os corredores até a finalização da autópsia é sensacional, tanto para o clima do filme como visualmente. Aqui temos o já veterano Brian Cox interpretando o Tommy e Emile Hirsch (Na Natureza Selvagem, filmão hein!?, se não viu ainda, veja!) interpretando seu filho Austin.
Pronto, já fomos apresentados a todos os elementos do filme, o cadáver desconhecido, os legistas e o necrotério subterrâneo onde o horror vai comer solto, digo, onde o filme vai acontecer rs
O filme tem duração de 1h26, e os primeiros 26 minutos são dessas cenas que mencionei e preparando para o que até então parecia que seria um filme de suspense, um crime estranho aconteceu, um cadáver estranho foi encontrado lá e nada se encaixa, vão investigar e é isso até que não é mais. Aos 26 minutos algo estranho acontece e aí o filme começa realmente a mostrar a sua verdadeira cara, o horror começa a ganhar forma.
Absolutamente tudo desde o primeiro minuto de filme é importante, preste bem atenção em todos os detalhes, em cada fala, tudo tem alguma ligação ou é usado em algum momento de alguma forma e eu achei isso ótimo.
Estamos totalmente no escuro assim como os personagens e mesmo ambos sendo duas pessoas super-racionais e inteligentes ficam tentando racionalizar o impossível, o inimaginável, o inexplicável e a gente vai junto com eles em um eterno “mas deve ser isso… ah não tem que ser isso daqui… mas será que não é aquilo?” e só temos certeza do que é realmente quando eles também descobrem e a surpresa não poderia ser mais linda e encantadora. Eu realmente não esperava por isso e eu adoro quando os filmes fogem do básico, do previsível e arriscam em algo diferente.
O filme foi uma grata surpresa no seu ano de lançamento e entrou fácil para a minha lista de filmes favoritos que gosto de rever de tempos em tempos. Perfeito do começo ao fim usando alguns clichês aqui e ali, tudo na medida certa e apostando em alguns elementos diferentes.
Obrigado por mais esse belo filme meu xará, continue assim. Manda mais que a gente precisa desses filmes.