Em meio a uma onda de calor francesa, Bang Gang (Uma História de Amor Moderna) acompanha um grupo de amigos adolescentes que mora em uma pequena cidade. Eles vivem uma típica vida de adolescentes, buscam lidar com questões do dia a dia, querendo entender melhor sobre amor e sexo. Até que certo dia, em uma festa, em um jogo de verdade ou desafio, com direito a muita cerveja e drogas, eis que surge a revolução “Bang Gang”. Mas o que aparentemente serve como uma maneira de lidar com o tédio, as tensas relações familiares e liberdade, rapidamente vira um problema na vida desses personagens.
Eva Husson estreia na direção com um longa que parece uma mistura de Larry Clark (Kids), Gus Van Sant (Milk: A Voz da Igualdade) e Sofia Coppola (Bling Ring: A Gangue de Hollywood ). Não que a cineasta não entregue nada de original em seu longa, mas parece que ela está mais preocupada com uma espécie de autobiografia baseada em fatos reais do que com a originalidade de seu longa.
A diferença com Bang Gang, que é dedicado a uma lista de cineastas homens, é o quanto Husson pode ser considerada uma diretora “feminista”. A diretora e a câmera de Mattias Troelstrup se ocupam em mostrar os meninos e meninas do filme de forma muito igual, sem privilegiar ou objetificar ninguém.
Ao contrário da castidade e moralidade dos filmes americanos, Bang Gang não vai criar rótulos para os seus adolescentes e seus comportamentos sexuais aflorados e que até mesmo podem ser condenados pelos moralistas. Isso faz do longa bem mais transgressor do que estamos acostumados ao ouvir sobre sexo e trivialidades da vida adolescente em qualquer filme que aborde o tema.
A fluidez do filme e a sensação de liberdade que esses adolescentes parecem ter passa uma sensação de sonho (evidenciada já na primeira cena do filme), como se fosse um devaneio alcóolico ou uma viagem de ecstasy, mas a falta de um personagem com um caráter claro é uma dificuldade para que nos identifiquemos com as situações pelas quais esses adolescentes passam.