D.P.A. 4: O Fantástico Reino de Ondion

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Entre encantos e descompassos

D.P.A. 4: O Fantástico Reino de Ondion chega aos cinemas expandindo ainda mais o universo dos Detetives do Prédio Azul, agora com a promessa de uma aventura grandiosa em um mundo mágico repleto de criaturas e cenários extravagantes. A ideia de atravessar o portal do apartamento 333 e mergulhar em Ondion é, de início, um convite irresistível para o público infantil, especialmente para quem acompanha a franquia há anos. No entanto, a proposta ambiciosa nem sempre encontra equilíbrio entre espetáculo e narrativa.

O desaparecimento de Max dá início à busca de Mel e Zeca por pistas no novo reino, mas a trama rapidamente se dispersa. O longa se apoia em encontros episódicos e desafios que surgem e se resolvem sem grande consequência, tornando a jornada menos envolvente do que poderia ser. Falta coesão entre os acontecimentos, e muitas viradas chegam sem preparação, criando uma sensação de que algo sempre ficou pelo caminho.

O maior problema, porém, está no roteiro excessivamente didático, que explica tudo com tanta clareza que acaba tirando a graça da investigação. Os furos são evidentes e comprometem a lógica interna, diminuindo a tensão e o impacto emocional da história. Talvez não para o público mais jovem. Mesmo o vilão, que deveria mover o conflito central, surge mais como pretexto do que como ameaça real, enfraquecendo o clímax.

Por outro lado, é impossível ignorar o capricho visual. Os cenários, as cores vibrantes e a fotografia tornam D.P.A. 4 um filme bonito de assistir. A criação desse universo encantado pode não sustentar a narrativa, mas certamente prende o olhar e deve encantar as crianças pela inventividade e pelo senso de fantasia.

O elenco segue carismático, mas a dinâmica entre os detetives perde força com a ausência prolongada de Max, e os personagens secundários aparecem mais para preencher tempo do que para contribuir com a história. Em comparação aos filmes anteriores, há menos espaço para crescimento ou descobertas, e mais aposta no espetáculo pelo espetáculo.

Ainda assim, o filme deve funcionar bem para quem ele se dirige: o público infantil que busca diversão rápida, humor leve e um mundo mágico para explorar. Adultos e fãs mais exigentes, porém, sentirão a repetição de fórmulas e a falta de um arco mais consistente — especialmente quando lembramos de produções recentes do universo infantojuvenil, como Turma da Mônica: A Série, que equilibra fantasia e narrativa com mais segurança.

D.P.A. 4 é uma aventura visualmente encantadora, mas narrativamente irregular. Com uma base tão querida pelo público, fica a sensação de que havia espaço para uma história mais sólida e menos apressada. Ainda assim, para os pequenos fãs, a viagem ao reino de Ondion deve render algumas risadas e aquele brilho nos olhos — mesmo que, desta vez, a magia não dure tanto quanto poderia.

Conheça os filmes da franquia

Clique nos pôsteres para ler nossa crítica sobre o título.

D.P.A.: DETETIVES DO PRÉDIO AZUL - O FILME
(2016)

D.P.A. 2: O MISTÉRIO ITALIANO
(2018)

D.P.A. 3: UMA AVENTURA NO FIM DO MUNDO
(2021)

D.P.A. 4: O FANTÁTICO REINO DE ONDION
(2025)