De Ilusão Também se Vive

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A magia do Natal em "De Ilusão Também se Vive"

Com uma abordagem que mistura fantasia e crítica social, De Ilusão Também se Vive, dirigido por George Seaton, é um clássico que transcende as barreiras do cinema natalino convencional. A história começa com a contratação de Kris Kringle (Edmund Gwenn) como Papai Noel na Macy’s. Embora o emprego pareça perfeito para ele, Kris surpreende a todos ao afirmar que é, de fato, o verdadeiro bom velhinho.

O filme desenvolve sua trama ao explorar o impacto de Kris nas pessoas ao seu redor. Doris Walker (Maureen O’Hara), uma mulher pragmática e mãe solteira, inicialmente o vê apenas como um funcionário excêntrico, enquanto sua filha Susan (Natalie Wood), educada para rejeitar fantasias, começa a questionar seu ceticismo. A relação entre Kris e Susan simboliza o renascimento da fé e da inocência, oferecendo ao público momentos genuinamente emocionantes.

A originalidade do roteiro reside em sua capacidade de equilibrar a magia do Natal com comentários sociais afiados. Quando Kris desafia práticas comerciais gananciosas ao redirecionar clientes para lojas concorrentes, ele confronta os valores corporativos e provoca tensões que culminam em um julgamento público para determinar sua sanidade – e, por extensão, sua verdadeira identidade.

Edmund Gwenn entrega uma performance encantadora e cheia de carisma, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Maureen O’Hara traz credibilidade ao papel de uma mãe pragmática, enquanto Natalie Wood, mesmo jovem, brilha em suas cenas mais comoventes. O elenco secundário, incluindo John Payne e Gene Lockhart, complementa a história com humor e momentos de reflexão.

Além de ser uma celebração da magia natalina, o filme tece críticas sutis a temas como consumismo e política. A figura do juiz, preocupado mais com sua reeleição do que com a verdade, oferece um retrato cômico, mas realista, das prioridades distorcidas da sociedade. Pequenos detalhes, como a presença de Thelma Ritter em um papel breve, enriquecem ainda mais a narrativa.

Mais de sete décadas após seu lançamento, De Ilusão Também se Vive permanece uma obra-prima que encanta gerações. Sua mistura de emoção, humor e reflexão ressoa como um lembrete de que o espírito natalino não está apenas nas luzes e presentes, mas também na capacidade de acreditar no melhor das pessoas.

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