Disraeli, indicado ao Oscar de Melhor Filme, surge como um retrato fascinante do líder político britânico Benjamin Disraeli, interpretado com maestria por George Arliss. Embora o filme possa parecer distante para o público contemporâneo, sua importância histórica e a atuação cativante do elenco oferecem uma visão intrigante da política do século XIX.
Dirigido por Alfred E. Green, Disraeli busca capturar os eventos cruciais na vida do ex-primeiro-ministro britânico, desde seus embates parlamentares até sua ascensão ao poder. George Arliss incorpora Disraeli com uma presença magnética, capturando não apenas a astúcia política do líder, mas também sua humanidade subjacente.
O filme destaca-se por sua recriação detalhada da atmosfera política da época vitoriana. Os trajes, cenários e a trilha sonora, embora limitados pelas tecnologias cinematográficas da época, contribuem para uma imersão eficaz no contexto histórico. No entanto, é importante que o espectador contemporâneo esteja disposto a ajustar suas expectativas às nuances técnicas da cinematografia da década de 1920.
A narrativa, embora focada em eventos políticos, não negligencia a dimensão pessoal de Disraeli. A dinâmica entre o protagonista e sua esposa, interpretada por Joan Bennett, adiciona uma camada de humanidade à figura histórica, oferecendo um vislumbre das pressões e sacrifícios enfrentados pelos líderes.
Ao revisitar Disraeli nos dias atuais, é inevitável notar elementos datados e uma abordagem cinematográfica que difere das convenções contemporâneas. A dicotomia entre filme e audiência modernos pode, em alguns momentos, criar uma lacuna de apreciação, especialmente para aqueles mais acostumados às produções cinematográficas contemporâneas.
No entanto, a indicação ao Oscar e a vitória de George Arliss na categoria de Melhor Ator indicam a ressonância e reconhecimento que o filme obteve em sua época. Como uma cápsula do tempo cinematográfica, Disraeli continua a ser uma peça relevante para os entusiastas da história e do cinema clássico, proporcionando uma visão única da representação do poder e da política nos primórdios do cinema sonoro.