Eu Sou Maria

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"Eu sou Maria": Sonhos, batalhas e a luta por um futuro diferente

Amo filmes sobre mulheres e meninas sonhadoras e batalhadoras. Acredito que as duas coisas tem que andar juntas, como uma mola impulsionadora: você sonha, batalha, sonha mais, batalha, batalha, batalha, e assim por diante. Mas claro que nem sempre – ou melhor, querido leitor, quase sempre – as coisas são tão simples assim. E o filme Eu sou Maria vem para nos lembrar disso.

No longa dirigido por Clara Linhart, baseado no livro de Sonia Rodrigues, Maria (Nubia Maurício) é uma jovem de 15 anos que mora em uma favela do Rio de Janeiro com a mãe e o irmão mais novo. A mãe tenta ao máximo proteger os filhos, enquanto Maria sonha em estudar em um colégio “forte”, como ela mesma fala, e talvez ir para a faculdade. Um sonho que é um salto para a maioria dos jovens que estudam em escolas públicas.

Mas Maria é descrita como marrenta, e estuda para uma bolsa de estudos. E passa na prova por conta de uma redação muito bem escrita. Mas se ela pensava que essa ia ser a maior dificuldade, ela está enganada. Agora ela tem que enfrentar horas de ônibus para chegar na escola e voltar para casa, além do bullying de crianças muito diferentes das que ela convive desde sempre, além das dificuldades para manter as notas altas – quem estudou em colégio público a vida toda sabe que a qualidade de ensino não se equipara ao de uma escola particular. Mas Maria, nossa heroína, é marrenta ❤️

Amei o filme. Apesar de ser um tanto clichê em alguns aspectos, com atuações que deixam a desejar, o filme dá um quentinho no coração. Acompanhar Maria em sua trajetória, com seus erros e acertos, nos mostra muito como jovens desejando uma vida melhor, um futuro diferente, têm que enfrentar muita coisa para conseguirem alcançar seus objetivos. E infelizmente uma grande parte vai ficando pelo caminho, árduo e cheio de dificuldades.

Então bora assistir Eu sou Maria, prestigiar uma obra feita por mulheres, sobre mulheres, que inspira e nos faz pensar que precisamos ter ensino público de qualidade, para que toda jovem menina tenha acesso a um colégio “forte” e o futuro que seu coração desejar, não o que foi previamente traçado pela sociedade.

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