O ano é 2069 (hummmm). Pronto para uma viagem surreal junto com um monarca português em seu leito de morte? Pode parecer deprimente, mas juro que não é. É erótico, conflituoso, virtuso, pró-meio ambiente, dançante, animado. Tá bem, um pouco deprimente, mas o restante é mais erótico e animado mesmo.
No média-metragem luso-francês “Fogo-fátuo”, o príncipe Alfredo (Mauro Costa) decide que quer ser bombeiro voluntário para salvar as florestas que estão queimando em pleno verão português. Ninguém leva ele a sério, a começar por seus pais, e depois pelo grupo de bombeiros, mas ele é insistente. E entre treinamentos ele se apaixona por Afonso (André Cabral), com quem tem rápido, mas intenso, relacionamento antes de ser obrigado a assumir suas responsabilidades como rei.
O curta é pra lá de surrealista, com danças em meio ao quartel dos bombeiros, encenações de grandes quadros da pintura mundial (inclusive no dia do velório do monarca) e muitos corpos nus (pelo menos são de homens, pra variar um pouquinho!). Muitas homenagens, duplos sentidos, e significados escondidos para você descobrir? Ou não.
Dirigido por João Pedro Rodrigues, o filme está sendo considerado um filme à frente de seu tempo, um precursor, o cara diferentão da festa. Mas não é pra todo mundo, já vou avisando. Pra mim, não foi. Mas pode ser pra você, afirmo. Boa sorte, e bon voyage!