“Buscando um recomeço com sua família, Jessica retorna a sua casa de infância para morar com seu marido Max, e suas enteadas, Taylor e Alice, sem se dar conta de que algo muito assustador já reside por lá.”
Diretamente da casa de horrores da Blumhouse, em parceria com a Lionsgate, e de produção da Tower of Babble, Imaginário – Brinquedo Diabólico vem com a proposta de ser um terror original que explora a inocência dos “amigos imaginários”, e assim levantando a questão de que se eles são fruto da imaginação infantil ou se há algo mais aterrorizante em meio a isso tudo.
Alice é a mais nova das enteadas de Jessica, e após encontrar um antigo ursinho de pelúcia, o Chauncey, começa a tratá-lo como seu novo melhor amigo, e o dando vida com a sua imaginação. À medida que as brincadeiras deixam de ser divertidas e o comportamento de Alice se torna preocupante, Jessica passa a investigar a fundo, encontrando o que pode ser a verdade mais sombria de todas.
Uma das leituras que o espectador pode fazer é justamente a da proposta inicial, amigos imaginários são mesmo de “faz de conta”, ou de alguma maneira, boa ou ruim, são reais?
A medida que o filme avança temos cada vez mais a certeza de que não se trata de algo físico e pé no chão, como nos filmes home invasion, e sim que existe algo de sobrenatural que observa entre as frestas de uma antiga casa, assombrando uma família que busca criar raízes e florescer.
No entanto, também podemos perceber aqui a ascendente que os filmes de terror mainstream vem percorrendo ao buscarem adicionar mais camadas as fórmulas antigas do terror convencional, ao mesclar assuntos atuais bastante pertinentes como diferentes retratos sociais e culturais, assim como elementos que agem na mente humana, como traumas, mecanismos de enfrentamento, e saúde mental. O ponto aqui é como o trauma molda o comportamento e a vida das pessoas, e sobretudo, como a superação é capaz de nos deixar por inteiro, e nos unir com as pessoas à nossa volta.
Imaginário começa como uma obra bem básica de terror contemporâneo, se desenvolvendo com o avançar da história, partindo do suspense e mistério, passando pelo terror de “assombração”, até chegar no seu ápice já na última parte do filme. Um conto de horror pessoal que se torna uma espécie de fantasia de horror ao mesclar diferentes realidades, utilizando elementos comuns e sobrenaturais.
O diretor do longa, Jeff Wadlow, é versátil, tendo no currículo experiência não somente no terror, – como em Caçados (2007), Verdade ou Desafio (2018), A Ilha da Fantasia (2020) e A Maldição de Bridge Hollow (2022) – mas, também em produções no tema ação, – como em Quebrando Regras (2008), Kick-Ass 2 (2013), Sem Escalas (2014), A História Real de um Assassino Falso (2016) e Bloodshot (2020) – além disso, é de maneira geral um realizador bastante envolvido com suas obras, atuando muitas vezes com diretor, escritor/roteirista e produtor executivo.
Já no elenco principal temos bons atores que entregam uma boa atuação transmitindo bem sobre os personagens, com destaque para DeWanda Wise como Jessica, uma autora de livros infantis casada com Max (Tom Payne), que se esforça para ser uma boa madrasta para suas duas enteadas, a adolescente Taylor (Taegen Burns), e da pequena Alice (Pyper Braun), que com certeza merece destaque devido a entrega e atuação fora de série que apresenta em momentos específicos.
Para encerrar, vamos falar sobre os pontos negativos?
Acredito que realmente faltou demonstrar melhor a dinâmica familiar, nesse sentido o filme é bastante recortado, o que diminui a imersão. Filmes assim poderiam, e deveriam aproveitar melhor seus elementos mais perceptíveis, até mesmo para que o espectador possa sentir algo mais forte pelos personagens, se importando com eles.
Outro ponto que poderia ter sido melhor aproveitado é a trilha sonora/sound design, que apesar de ser competente, em muitos momentos não é envolvente, ainda mais se comparado com outras produções que saíram nos últimos meses.
Imaginário: Brinquedo Diabólico estreia dia 14 de Março de 2024.
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