Irmã

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"Irmã" fala de família e aceitação, em uma comédia dramática muito bem realizada

Dizer que Irmã vem sendo considerado uma comédia faz um desserviço ao filme. O que este rótulo de gênero faz ao longa é construir uma expectativa que é capaz de destruir o seu real apelo dramático.

O diretor Zach Clark, de White Reindeer, faz aqui um drama ou talvez uma comédia dramática, se você preferir manter parte do rótulo inicial. Um drama sobre uma família com pessoas alquebradas buscando um caminho para fazer as pazes consigo mesmos. O humor, que é muito leve e parte da personagem principal, ajuda a reduzir o peso da luta desta família para se tornar inteira novamente.

No filme, após um trauma envolvendo a sua mãe, a jovem Colleen decidiu abandonar o lar e se tornar freira, cortando totalmente o contato com a família. Um dia, recebe um e-mail anunciando que seu irmão está em casa após voltar da guerra do Iraque, com sequelas no corpo. Ela decide que é hora de visitar novamente a família, e resgatar o seu passado, quando era metaleira, gótica, num lar liberal e excessivo.

O título representa duplamente a jovem Colleen (Addison Timlin, de Amigos Inseparáveis). Ela é a irmã caçula da família que retorna para reencontrar o seu passado que não condiz com a situação de irmã em um convento de Nova Iorque.

Ela constrói um novo começo entregando-se a Deus, deixando para trás todas as agruras pelas quais passou. Mas ao “confrontar” sua família, anos depois, com o otimismo que adiquiriu enquanto freira, não demora para que ela recaia em padrões familiares de ego e instabilidade.

Colleen usa de humor, afim de se aproximar daqueles ao seu redor com pé de igualdade. Ela não é mais a pequena menina que deixou a família para trás e se recusa a ser tratada como tal. Isso faz com que Addison Timlin brilhe em algumas cenas poderosas de riso com seu irmão e outras cheias de lágrimas. Em vez de tentar provar sua justiça, ela muda a vida dos que estão ao seu redor através da sua própria imperfeição.

Irmã comprova através das falhas de sua personagem principal, que se aceitarmos quem nos cerca como realmente são, começaremos a viver mais felizes, sem tentar mudar as pessoas para que elas virem aquilo que desejamos ao invés do que realmente são.

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