O novo filme de Nadir Moknèche chega aos cinemas com a fabulosa Fanny Ardant (A Grande Beleza). Nadir é um diretor francês que gosta de abordar temas étnicos em seus filmes, a exemplo de Adeus Marrocos, de 2011. Em Lola Pater, Nadir toca em temas culturais próprios da sociedade árabe e como eles afetam seus personagens à medida em procuram aceitação, própria e a do outro. Diferenças de visões de mundo também são exploradas, como o choque de gerações entre pai e filho.
Lola Pater conta a história de um filho que parte em busca de seu pai depois que a mãe morre. Zino, para garantir a herança, encontra o pai, Farid, que acreditava ter partido para a Argélia, mas que na verdade nunca saiu do país. Zino descobre que o pai havia se transformado em uma mulher, Lola, e que por receio e medo decidiu mentir para o filho. Farid, antes da transformação, era bastante mulherengo. E mesmo depois de se transformar em uma mulher, não conseguiu esquecer os antigos hábitos. Nadir nos apresenta Lola como uma transexual e lésbica. Complexo, não é?
Apesar da profundidade da personagem, o filme é bastante fácil e simples. O encanto fica menos pelo roteiro e mais pela atuação de Fanny Ardant, que apesar da idade, é uma atriz estonteante. Ao assistir Lola Pater, fica evidente o trabalho de voz da atriz, que fala com uma certa rouquidão, além de todo um trabalho corporal. É realmente incrível o que Fanny Ardant fez nesse papel. É bastante crível. Entretanto, o brilho de Ardant chamou para si toda a atenção de Lola Pater. Exageros a parte, ela carrega o filme quase sozinha.
Com todos esses temas, é de pensar que Lola Pater é um filme sério. Não o deixa de ser, mas antes de ser sério é um longa engraçado. A comédia é suave, e o drama familiar é aquele típico do cinema francês. A fotografia do filme é bastante bonita, e o som também é bem explorado. Assistir Lola Pater é uma experiência que encanta. Recomendo.