Que a vida das pessoas do movimento LGBT não é fácil todo mundo sabe, né? Diariamente somos bombardeados com informações de pessoas sendo mortas por causa da homofobia (falo no sentido geral para todas as pessoas do movimento, mas aqui transfobia também se encaixa muito), sendo expulsas de casa por desejarem viver da forma que são e sendo reféns de uma sociedade que ainda se mostra muito retrógrada, que não sabe lidar com o amor de pessoas do mesmo sexo e não quer entender questões de gênero.
E é isso que o documentário Meu Corpo é Político tenta mostrar. Dirigido pela brasileira Alice Riff, nós vamos entrar no cotidiano de 4 militantes LGBT que moram na periferia de São Paulo, sendo eles Paula Beatriz, Linn Santos – Linn da Quebrada, Giu Nonato e Fernando Ribeiro. Nós somos transportados a todo momento para o cotidiano dessas pessoas, que lutam politicamente pelos seus direitos.
A visibilidade trans que o documentário traz é super interessante e importante, já que muitas pessoas conhecem pouco ou absolutamente nada sobre o assunto (eu mesmo já vi gente da comunidade LGBT ter incertezas quanto à isso, então imaginem a sociedade como um todo). A luta dessas pessoas militantes do movimento é constante e isso a gente consegue sentir na pele.
Mesmo tendo um tom complicado que perpassa toda a narrativa (documentário encenado), tudo colocado aqui é muito válido. Seria interessante se tudo isso tivesse sido filmado de forma mais natural, mas não vamos tirar o mérito da produção toda só por esse detalhe.
Linn da Quebrada, em uma de suas músicas, descreve muitas das humilhações que passa na comunidade em que vive, mas mesmo assim deixa claro que não vai descer do salto. “A minha pele preta é meu manto de coragem. Impulsiona o movimento, envaidece a viadagem”. TRÁ!
Não preciso dizer mais nada, né?