Se Forrest Gump – O Contador de Histórias fosse um centenário sueco e cheio de humor negro, seu filme pareceria com O Centenário Que Fugiu Pela Janela e Desapareceu. Mas enquanto o longa americano é sobre famÃlia, a história e a passagem do tempo, o sueco é uma comédia insolente sobre a passagem do tempo e como lidamos com os acontecimentos da vida.
Na trama, Allan Karlsson é um homem que decide fugir do lar onde mora bem no dia em que comemora um século de existência. Após passar a vida participando de forma involuntária dos maiores acontecimentos do planeta, ele agora está novamente livre para viver suas aventuras improváveis.
Pela cena de abertura, em que Allan Karlsson (Robert Gustafsson, com a maquiagem que rendeu a indicação do filme ao Oscar) resolve fugir da casa de repouso em que foi colocado após explodir a raposa que matou seu gatinho, você percebe que este não é um “senhorzinho” com quem você irá querer se meter.
Ele acaba em uma rodoviária, pegando uma mala de um estranho que vai ao banheiro, mas acontece que o estranho é membro de uma gangue de motoqueiros e a mala está sendo procurada por ela. Daà pra frente vamos nos embrenhando na história de Karlsson e acompanhando as desventuras que aconteceram ao seu redor ao longo de sua vida.
Através de flashbacks, aprendemos que o centenário tem um gosto bizarro pela pirotecnia, e através deste gosto ele acabou tropeçando acidentalmente em momentos-chaves da história mundial. Ele explode pontes durante a Guerra Civil espanhola, dá algumas dicas para Robert Oppenheimer construir a bomba atômica e, em seguida, é sequestrado e enviado a um gulag russo por Stalin, onde encontra o irmão gêmeo estúpido de Albert Einstein, Herbert.
O diretor Felix Herngren (Taxi) dá uma sagacidade e um ritmo muito peculiar ao filme. Ele transforma Allan em uma versão obscura e interessante de Forrest Gump, uma pessoa fustigada pelas forças da história que não necessariamente tenta compreender. A grande diferença é que, enquanto Forrest foi impulsionado pelo amor e a decência, Allan é movido por sua paixão em explodir coisas – e seu completo desinteresse nas consequências de seus atos – que lhe dá um papel fundamental na história do século XX.
Allan consegue fazer tudo que desejou fazer em sua vida, sem remorso ou sem hesitação, ele prova que se deixar levar pela vida, às vezes, é uma boa pedida.
Nota:
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O Centenário Que Fugiu Pela Janela e Desapareceu
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