Algumas pequenas parcelas do que compõem a vida e obra do diretor Ruy Guerra são encenados, narrados e ilustrados nesse documentário simples e bem humorado. São fragmentos de conversas e impressões do próprio diretor, amigos e outros colegas que conferem ao espectador um vislumbre de sua visão de mundo e como ela se reflete em seus filmes e outros tantos trabalhos.
Guerra nos mostra como tudo está conectado: a arte, o cinema, a política… É uma questão de escolher o que e como isso será mostrado ao mundo, através de qual enquadramento. E quando não é ele que se dirige ao espectador, fica claro como parte de seu sucesso é devido à sua característica de nadar contra a corrente e saber como expor a ideia contrária. Chico Buarque, por exemplo, fala de como ele não era muito dado à Bossa Nova numa época em que tudo que se ouvia era Bossa Nova, e de como isso contribuiu na parceria criativa dos dois.
Por trás do charuto moçambicano, que há tempos se estabeleceu no Brasil, existe na essência um homem que acredita que talento não é tão indispensável, se pode desenvolver com o tempo se você estiver aberto às referências certas e também souber se preservar, mas o principal é ter coragem, o que, para alguém que está declarando abertamente ser O Homem que Matou John Wayne, o suprassumo dos cowboys, parece não estar faltando.
Atreva-se então a chegar um pouco mais perto do universo de Ruy Guerra e descubra o desfecho de uma história cheia de pormenores.