O Iluminado

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"O Iluminado" de Kubrick: uma análise do melhor filme de terror de todos os tempos

E chegou aquele momento que todo mundo adora, mas morre de medo de enfrentar: hoje vou falar sobre meu filme de terror predileto. Muita responsa.

Melhor filme de terror de todos os tempos, vamos deixar isso bem claro. Mas claro, nem todo mundo pensa isso. Stephen King, que escreveu o livro lá no final da década de 1970, odeia essa adaptação, feita por Stanley Kubrick. Aí ele fez outra, que alguns curtem e outros, como eu, tendem a ignorar.

Pra você ter uma ideia básica da história, se ainda não assistiu o filme – porra, sério???? -, Jack Torrance, sua esposa Wendy e seu filho Danny vão passar a temporada de inverno no Hotel Overlook para fazer as manutenções necessárias nos meses de neve e estradas interditadas. Nesse meio tempo Jack deixa de ser escritor, vira um bobão e o resto é resto 🔪

Mas porra, Melissa, melhor filme de terror por quê? São tantos aspectos, vamos para alguns deles. Primeiro, ter Kubrick como diretor teve seus benefícios. Além dos zilhões de easter eggs. Se você quiser dar uma espiada em alguns deles, recomendo assistir o documentário O Labirinto de Kubrick. Apesar de meio forçado em alguns pontos, a maioria é assombrosamente possível e vai acrescentar um nível a mais no seu aproveitamento do filme.

O principal dos tesouros escondidos no filme, para mim, é a falta de lógica do hotel. Acompanhando os personagens pelos longos corredores do hotel, entrando em cômodos, virando esquinas, a maior parte do tempo o espaço e a localização das áreas do hotel não faz sentido. Ou não é a mesma. Ou seja, deixa você, querido leitor, tão confuso e inebriado quanto nosso querido e amado Jack.

Que mais podemos falar… ah, a trilha sonora é do caraleo! Minha parte preferida, que já vai te colocando no clima, é a cena inicial, ao som de “Dies Irae” composta por Wendy Carlos e Rachel Elkin. Tira a música e a cena vira uma coisa tão mundana que não dá pra acreditar. Ah, e vale lembrar que Kubrick selecionou trechos de músicas para o filme pessoalmente. É controlador que fala? Bom, funcionou 🔥

E as cenas meticulosamente estudadas, ensaiadas e filmadas? Nada tá sobrando no filme, minha gente. Ritmo maravilhoso, tensão aumentando, loucura tomando conta do filme. Em dado momento você já não sabe mais o que é real, entrando literalmente no estranho mundo de Jack. E, a esta altura do campeonato, se você, querido leitor, é tão engajado como eu, e se joga de cabeça em terror de qualidade, você está congelado de medo, machado em punho.

E não poderia deixar de falar da coitada da Wendy, toda segura e fincada na realidade, tentando ser a parte racional da família. Coitada talvez seja um péssimo adjetivo, pois ela é o motor do filme, pois é a única movimentando as coisas. Ela é forte, determinada, inteligente, mas está em um relacionamento abusivo. E parte do terror que o filme nos faz enfrentar está ligado ao drama que essa mulher passa com as violências do marido.

Bom, é isso. O Iluminado é um filme tão perfeito, tão incrível, tão… tão… bom, fico sem palavras, a não ser as recomendações para que você veja esse clássico pra ontem.

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