Trazer uma nova abordagem nova sobre o Holocausto nos cinemas é definitivamente um desafio, mas o diretor Peter Bebjak nem tenta uma abordagem inovadora. Ele conta uma história desconhecida, reveladora, mas com um jeitinho clássico de se contar. O filme chega agora às plataformas digitais e, embora não seja algo divertido de se ver, recupera uma parte da história que precisa ser conhecida.
Em O Protocolo de Auschwitz, acompanhamos a história de Freddy e Walter – dois jovens judeus eslovacos que foram deportados para Auschwitz em 1942. Em 10 de abril de 1944, após um planejamento meticuloso e com a ajuda e a resiliência de seus internos, eles conseguiram escapar, tentando cruzar a fronteira para assim encontrar a liberdade.
O público de hoje pode não perceber que uma das coisas que impediu a indignação global sobre o programa genocida dos nazistas foi que a extensão das atrocidades não era amplamente conhecida enquanto a guerra ocorria. A Alemanha de Hitler fez um grande esforço para esconder a Solução Final do mundo. Representantes da Cruz Vermelha visitavam os campos e os nazistas se esforçavam ao máximo para esconder o que realmente estava acontecendo.
Assim como o vencedor do Oscar Filho de Saul, O Protocolo de Auschwitz pode ser bem difícil de assistir. Mas não há dúvidas de que é um trabalho extremamente bem produzido. A direção de fotografia beira o preto e branco e o diretor abusa dela para submeter o público a uma atmosfera sombria que envolve o espectador ao longo de todo o filme.
A reclusão dos protagonistas é intercalada com os comandantes do campo interrogando e atormentado os demais prisioneiros para descobrir o paradeiro dos dois judeus desaparecidos. Vemos o suficiente da brutalidade para entender o pesadelo ao qual tantos foram submetidos.
Bebjak faz de O Protocolo de Auschwitz um filme angustiante que nos lembra da importância de sabermos das atrocidades e injustiças da nossa história. Um tema que mantém sua relevância em tempos em que regimes autoritários vêm aumentando em todo o mundo.