Lançado em 1935, Oh, Marieta! é uma das mais vibrantes operetas cinematográficas da época, trazendo romance, humor e, claro, muita música. Sob a direção de W. S. Van Dyke, o filme adapta a opereta de Victor Herbert, proporcionando um espetáculo que mescla charme e aventura com interpretações musicais de alto nível.
Jeanette MacDonald interpreta a Princesa Marietta, uma jovem da nobreza francesa do século XVIII, que decide fugir de um casamento arranjado com um grandioso, mas nada atraente, espanhol. Sua fuga a leva ao Novo Mundo, onde ela embarca em um navio junto a outras mulheres destinadas a se casar com colonos na América. O que começa como uma jornada de liberdade logo se transforma em uma aventura cheia de perigos, quando o navio é atacado por piratas. A trama ganha ainda mais fôlego com a chegada do capitão Richard Warrington, vivido por Nelson Eddy, que, com seus mercenários, resgata as damas em perigo, abrindo caminho para um romance épico.
A química entre MacDonald e Eddy é inegável, e suas performances vocais são o coração do filme. As canções “I’m Falling in Love” e “Sweet Mystery of Life” são os grandes destaques, com Eddy exibindo seu poderoso barítono e MacDonald encantando com sua soprano cristalina. As cenas musicais são tão intensas que suas vozes parecem ultrapassar a tela, criando momentos arrebatadores que vão além da simples narração de uma história.
No entanto, Oh, Marieta! não se apoia apenas na música para entreter. O filme é visualmente deslumbrante, com a grandiosidade típica das produções da Metro-Goldwyn-Mayer para a época. A recriação da Paris aristocrática e do vibrante cenário colonial de Nova Orleans é rica em detalhes, transportando o público para uma época de intrigas políticas e sociais, mas sempre com uma pitada de leveza e fantasia.
O humor, por sua vez, é bem dosado graças ao talento cômico de Frank Morgan, que interpreta o atrapalhado governador de Nova Orleans, e Elsa Manchester, como sua impetuosa esposa. Juntos, eles proporcionam um alívio cômico eficiente em meio às tensões e reviravoltas do enredo.
A narrativa, embora simples e cheia de clichês românticos, ainda consegue prender a atenção, especialmente quando o filme brinca com os contrastes entre o velho e o novo mundo. Marietta, com sua aristocracia refinada, encontra em Warrington o oposto de tudo o que conhecia, um homem rude, mas com um coração justo e valente.
Em suma, Oh, Marieta! é um entretenimento de alto nível, combinando a leveza da opereta com uma história de amor envolvente. A obra permanece uma joia do cinema musical clássico, com performances memoráveis e um charme que a faz resistir ao teste do tempo.