“Os Agentes do Destino” é um thriller romântico onde o romance não é o principal foco de atenção. Em vez de toda as emoções e excitações dignas de um romance, o filme consegue um feito bastante notável: questionar o sentido da vida, mesclando o cotidiano banal de nossas vidas com a magia de uma ótima ficção científica.
Baseado em um conto de Philip K. Dick, o filme poderia ser uma verdadeira bagunça, um erro. Mas a faísca existente entre os personagens de Matt Damon e Emily Blunt justifica a premissa romântica a qual está carregada com um vasto suspense filosófico. E como não podia deixar de ser, tratando-se de Dick, o leque de ideias existenciais, em parte já abordados em “Show de Truman”, por exemplo, está presente.
São abordadas aqui ideias sobre o livre-arbítrio, o poder das pessoas enquanto sociedade, o destino e nosso potencial para mudá-lo, enquanto o filme mostra um Deus cruel e um anjo da guarda benevolente.
Afirmações um tanto abstratas, de um filme que, no geral, tem um sentido bastante cerebral para um blockbuster americano. O que deve ter afugentado a plateia junto com seu final um tanto quanto anticlimático. Nolfi (o diretor) faz aqui uma viagem empolgante, que tenta divagar sobre questões da mente humana.