É muito interessante ver Pearl depois de ter assistido Lynch/Oz. Isso porque o documentário traça paralelos entre a obra de David Lynch (e de outros filmes) e O Mágico de Oz (corre assistir o documentário, disponível no streaming, tá imperdível). Em Pearl, de cara temos um começo de filme de terror lynchiniano, e ao longo do filme vários paralelos com O Mágico de Oz: tudo é super normal, fotos de família, uma fazenda, céu azul, música de romance, o quarto de uma menina fofa que aparece se arrumando no espelho. Tudo muito lindo, a música inclusive fica tão alta que você duvida do que está vendo, tem algo errado, mas com 5 minutos de filme a fofa menina mata um ganso, não sem antes tratá-lo pelo nome, e o joga para seu amigo crocodilo comer.
Depois desse primeiro contato com Pearl (Mia Goth), uma jovem sonhadora que vive com os pais em uma fazenda enquanto o marido está na Primeira Guerra Mundial, já de cara vemos que nossa psicopatinha vai dar o que falar. Por hora, sabemos que ela sonha em ser famosa e amada por todos (pega essa parte da informação e guarda no coração) e correr pra bem longe da realidade onde vive, ajudando a mãe, mega-autoritária, a cuidar do pai doente.
Mas aos poucos entendemos que Pearl é uma bomba-relógio que não está sendo observada nem cuidada como deveria, e os eventos que seguem são surpreendentes, mas só um pouquinho mesmo.
Ah, não posso deixar de falar sobre Ti West, diretor, escritor, produtor e editor do filme, que já dirigiu alguns filmes de terror, mas nada tão expressivo quanto Pearl e X: A Marca da Morte – veja a resenha aí no link se ainda não viu!
Com muito gore e uma atuação brilhante de Mia (gente, que medo dessa mulher, socorro), o filme é incrível e deve ser assistido prontíssimo 😎