Punhos de Sangue

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"Punhos de Sangue" apresenta a mistura de fama e sucesso mas mostra com mais honestidade o lado cru da história

Mais um conto sobre campeões? Talvez. Esse apresenta a mistura de fama e sucesso mas mostra com mais honestidade o lado cru da história.

“Não importa o quanto você bate, importa o quanto você aguenta apanhar e continuar”. Essa frase, parte da aclamada série dos filmes de Rocky Balboa, resume a trajetória do personagem por trás do personagem. Chuck Wepner (Liev Schreiber) é um lutador de box que, após sua mais famosa luta, na qual ele dura difíceis 15 rounds contra Muhammad Alli, vira inspiração para o roteiro do Garanhão Italiano. O acontecimento muda a vida de Chuck, mas não parece ter tanta relevância para os outros como a que ele mesmo atribui. Enquanto todos simplesmente tomam conhecimento do fato, e de certa forma até se encantam, ele se perde em devaneios de grandeza e drogas. Porém, tudo que o campeão precisa é de uma segunda chance, uma oportunidade para mostrar que não importa a quantidade de socos, ele se levanta mais uma vez.

Melhor do que um filme que trate de um tema pelo qual o espectador sinta afinidade, é justamente quando um que não tem essa característica, e faz ele assistir cada cena como se fosse uma grande novidade, que atinge às expectativas. Apesar de Punhos de Sangue mostrar uma narrativa simples, o modo como ela foi exposta, alternando cenas em que o personagem principal é também seu narrador, e a interpretação do ator Liev Schreiber foram uma ótima combinação. Um toque intimista como esse, era o necessário para dar ao filme um diferencial em meio a tantos que seguem a mesma linha.

Para ser justa, o resto do elenco também não deixa por menos e faz contribuições marcantes. Ron Perlman através do estereótipo de agente e treinador ganancioso, Naomi Watts pela paixão e alento que oferece à vida de Chuck após tantas decepções e Elisabeth Moss por mostrar a determinação de uma mãe e mulher em busca de algo diferente para si.

Finalmente, a ambientação do cenário dos anos 70 deixa o ar com um toque frágil que acompanha o personagem em seus piores momentos mas também o faz ainda mais forte ao dar a volta por cima. Como todo bom lutador.

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