Quase 18

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Uma das coisas mais bacanas de "Quase 18" é a desconstrução dos estereótipos

Ahh a adolescência! Muitos brilharam nessa fase, muitos odiaram, mas posso dizer com bastante certeza que todos enfrentaram dilemas existenciais e muitos tipos de traumas. Embora pareça que o mundo está contra a gente, alguns mais maduros perceberam desde então que não é bem esse o caso e que estamos todos no mesmo barco, alguns enfrentando a fase com maior intensidade enquanto outros já passam por insights que permitem mudar a situação.

Aqui temos a protagonista Nadine (Hailee Steinfeld), uma jovem de 17 anos que sempre se sentiu a ovelha negra da família, já que seu irmão mais velho, Darian (Blake Jenner), sempre pareceu tão perfeito, tão certinho, tão nascido para o sucesso. Nadine sempre pôde contar, porém, com o apoio de sua melhor amiga, Krista (Haley Lu Richardson), desde quando se conheceram, aos 7 anos.

Nadine nunca se deu muito bem com a mãe, que sempre demonstra orgulho e admiração com Darian. Sua ligação é muito mais forte com seu pai, com quem ela se abre, conversa, ri seu grande companheiro de mini viagens ao drive thru. Um dia, porém, tudo muda. Quando Nadine tem 13 anos, seu pai sofre um ataque cardíaco e a família passa a viver lidando com a perda.

Quatro anos depois, Krista é a amiga que ouve seus lamentos: sobre sua mãe, a escola, todas as outras pessoas menos interessantes e também sobre sua crush na escola, Nick (Alexander Calvert). E aí Nadine sofre mais um golpe do destino: seu irmão e sua melhor amiga se apaixonam. Nadine não lida bem com o acontecimento. Começamos então a ver um monte de decisões impulsionadas por um misto de sentimentos que é tão comum a essa idade, a essa fase.

Em meio a esse turbilhão emocional, uma das coisas mais bacanas do filme é a desconstrução dos estereótipos: temos Nadine, o mais óbvio, uma garota que parece não se encaixar em nenhuma turma, que acha todos os outros pouco interessantes ou profundos, mas que na verdade julga todos sem conhecê-los de fato; Darian, o irmão aparentemente perfeito e egoísta (aos olhos de Nadine), mas que no fundo carrega uma enorme responsabilidade nas costas; e um personagem interessantíssimo, um aluno coreano, Erwin (Hayden Szeto), que – surpresa! – age como qualquer garoto de 17 anos e não segundo a norma cinematográfica em que geralmente são extremamente estudiosos, não sabem aproveitar a vida e yada yada yada.

Woody Harrelson está brilhante como o professor Sr. Bruner, um mentor meio exótico para Nadine em sua fase sem amigo nenhum. Ele é mais um estereótipo (aos olhos de Nadine) que vai se revelando completamente diferente do que ela pensava. Enfim, se você gosta de sentir uma certa nostalgia da adolescência e perceber que não era o único a se sentir deslocado, egoísta e pouco especial, esse filme é para você. Não deixe de dar uma conferida nesse drama engraçado sobre os tropeços e acertos de uma adolescente de 17 anos – e as pessoas à sua volta.

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