A Despedida

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O elenco estelar de "A Despedida" entrega atuações comoventes para o diretor de "Um Lugar Chamado Nothing Hill"

Roger Michell (Um Lugar Chamado Nothing Hill) já se provou um dos diretores mais graciosos do cinema inglês. Seu bom gosto traz para A Despedida um toque de classe, refilmando o roteiro de Christian Torpe, que deu origem ao dinamarquês Coração Mudo em 2014.

Em outras mãos, esta reunião familiar para a planejada eutanásia de uma matriarca em estado terminal poderia ter se transformado em um dramalhão excessivamente manipulador. Mas graças ao diretor e a um elenco sensacional, o filme funciona admiravelmente bem.

Susan Sarandon (Encantada) interpreta Lily, a matriarca diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica que já tem uma das mãos bastante debilitada. Paul (Sam Neill, de Jurassic Park), seu marido, é um médico e confirma a condição degenerativa da doença de sua esposa (em algumas semanas ela não será capaz de se mover, engolir ou respirar por conta própria). Essa não é uma situação que Lily espera passar. Ela, juntamente com sua família, decidiu uma data para a sua morte – o próximo domingo. E para que isso aconteça, tomará uma dose letal de alguns medicamentos, morrendo assim durante o sono, após o fim de semana vivido com a família.

A família chega aos poucos: Jennifer (Kate Winslet, de Titanic), filha mais velha, uma maníaca por controle bem-intencionada, é a primeira a chegar com o marido (Rainn Wilson, de Super) – um chato de galochas. Logo ela é seguida por Liz (Lindsay Duncan, de Sob o Sol da Toscana), melhor amiga da sua mãe. Atrasada, como sempre, chega Anna (Mia Wasikowska, de Alice no País das Maravilhas), cuja vida é tão confusa quanto a da irmã é organizada. Anna traz sua amável namorada (Bex Taylor-Klaus, de 13 Reasons Why), que todos pensavam que não estava mais junto dela.

Pronto, o tabuleiro está montado para que os conflitos familiares venham à tona ao longo das 48 horas que antecedem a eutanásia de Lily, tudo durante um falso natal preparado para ela, embora eles ainda estejam na metade do ano.

Os dramas são crescentes e bastante sérios e, apesar dessa sucessão de dramas, um não ofusca o outro. É apenas quando Torpe traz uma revelação final que A Despedida beira o exagero. Lily, e nós espectadores, não precisávamos de um drama extra em nossas vidas. Parece desnecessário, como um obstáculo plantado perto da linha de chegada só para que um ou outro corredor desavisado tropece. Mas ainda assim, você vai se emocionar.

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