A Noiva

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O terror russo “A Noiva” começa bem, mas patina e não entrega o prometido

Imagina a cena: você é recém-casada e vai visitar a família do seu marido no interior de algum lugar da Rússia. A casa é antiga, sua cunhada é pra lá de estranha, e a casa possui um quarto, que era da bisavó deles, que você está terminantemente proibida de chegar perto. E pra acabar, seu marido desaparece (segundo a cunhada foi ver uns amigos) e você tem que lidar com a parentada estranha sozinha, incluindo uma assombração. Diz pra mim se esse plot maluco não rende um caldo de sustinhos geniais e bem originais! Mas infelizmente A Noiva acaba se perdendo horas antes do casamento.



A história acompanha duas gerações de uma família de fotógrafos: na primeira parte, um homem perde a noiva horas antes do casamento e decide tentar um tipo de bruxaria para mantê-la para sempre: tirar uma foto dela, para manter sua alma, e depois enterrar o corpo da morta com o de uma mulher viva (claro que o maridão escolheu uma mocinha novinha e lindinha, de uma aldeia, para ser a hospedeira da alma da esposa). E não é que a bruxaria dá certo? A mulher volta, mas um pouquinho diferente, com uns olhos vermelhos enormes… Passam-se as gerações e agora temos os bisnetos dessa galera. Ivan mora agora na cidade e casa com Nastya. Um belo dia os dois vão visitar a estranha família de Ivan, com seus segredos sussurrados pela casa. E lá Nastya acaba descobrindo que tudo que a família quer é usar seu lindo corpitcho para abrigar a abuelita fantasma.

A história é bem original (apesar de super fantasiosa), e poderia ter dado certo. O começo é tenso, com a alma da mulher do fotógrafo ocupando o corpo de outra mulher e tal, e a família se tornando amaldiçoada e tendo que satisfazer a ânsia de novos corpos fresquinhos dessa alma perdida, mas é só isso que o filme tem. Primeiro, os personagens são pra lá de fraquinhos e clichezentos: a cunhada é uma mal-educada de primeira, muito exagerada, enquanto Ivan é um banana que não sabe bem de que lado jogar. E Nastya, ah, a Nastya é fruto de um roteirista e um diretor machistas, pois ela não consegue tomar decisão alguma por si mesma, além de fazer uma patetada atrás da outra. De quando mesmo é esse filme? Não cola mais essas mocinhas indefesas e bananas. Elas dão é raiva.

Além disso, como comentei acima, a história é bem fantasiosa. Lógico, é um filme de terror, pura ficção, mas já que não gostei do filme, vou não gostar por inteiro: quem inventou o daguerreótipo não foi um russo, foi um francês. Segundo, a fotografia dos mortos não servia para manter a alma. Terceiro, não se usava escorar os mortos (eram os vivos que ficavam escorados para não se mexerem enquanto aguardavam que a foto fosse tirada, que levava um tempão), nem pintar seus olhos para parecerem vivos. A fotografia servia como maneira de recordar esses entes queridos, então eles poderiam parecer dormir nas fotos, recostados ou deitados. Alguns até em seus caixões 😮

Bom… o filme tem meia dúzia de sustinhos, mas uma história toda cheia de pontas soltas e personagens burros e exagerados. Acabei de ler que uma refilmagem americana já está sendo negociada, então vamos esperar que Hollywood faça um melhor trabalho aqui 😀

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