Invasão Zumbi

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Bem-vindo ao mais novo filme de terror coreano, "Invasão Zumbi" (yuppie!!!)

Imagina a cena (porque eu sei que você curte se aventurar nesses filmes de terror que a gente discute aqui, confessa!): pai e filha estão indo de trem visitar a mãe da menina. Tá cedo, o pai tira um cochilo enquanto a menina fica espiando a movimentação lá fora, antes do trem partir. De repente, ela vê algo estranho: parece que um cara pulou muito repentinamente em cima de outro. “Será que ele estava mesmo mordendo o pescoço daquela pessoa?” Bom, ela tira a cena da cabeça, deve ter imaginado. Levanta, vai ao banheiro. O primeiro está ocupado, então ela vai para outro vagão. Tudo parece tranquilo. Mas quando ela abre a porta novamente, seu pai está correndo em sua direção, sendo perseguido por uma horda de zumbis. Bem-vindo ao mais novo filme de terror coreano, Invasão Zumbi (yuppie!!!).

Ha, hoje em dia isso é bem bacana. A guria não deve ter mais que uns 8 anos, mas já sabe o que é um zumbi. Não fica com aquela cara de trouxa, tipo, que tá acontecendo aqui? Ela corre! Ela já viu Walking Dead, Guerra Mundial Z, ou então Meu Namorado é um Zumbi. Que tal Zumbilândia? Alguma coisa ela já viu, então comedores de cérebro não são novidade. E mais um filme de zumbi pode soar como apenas mais um filme de zumbi, mas o diretor estreante sul-coreano Sang-Ho Yeon conseguiu fechar um filme bem redondinho e cheio de emoção do começo ao fim.

Pra dar liga, o filme tem um draminha básico: pai workaholic está indo, muito a contragosto, levar a filha para visitar a mãe em outra cidade. A viagem é de trem, de Seul para Busan, que fica a 300 km de distância. E vamos acompanhar a redenção desse pai, que vai redescobrir muitas perdidas nessa viagem, inclusive o amor que tem pela filha e a capacidade de sentir empatia.

A história segura bem, empatizamos com alguns personagens e torcemos e sofremos por eles, e detestamos outros e ficamos felizes quando os zumbis dão saltos e pulam no pescoço desses “humanos”, que chegam a ser menos humanos que os próprios zumbis. Me faz pensar em um futuro hipotético, mas muito possível, com seres humanos competindo por recursos escassos (depois de assistir Seremos História?, do Leozinho DiCaprio, acordo todo dia de madrugada, suada, achando que o fim do mundo já chegou). No mínimo as pessoas vão reagir assim mesmo: se você está lá fora, fica lá, porque não confio em você, ou não tenho água ou alimentos suficientes pra dividir, então você é menos humano do que eu, e vou pensar apenas em mim mesmo. Nessas horas, melhor mesmo é torcer pra que todos os humanos virem zumbis. Pelo menos zumbis trabalham juntos derrubando janelas, escalando paredes (ah, aquela cena de Guerra Mundial Z!!) e, no caso deste filme, fazem uma corrente humana para que um deles consiga alcançar um trem em movimento (cool!!).

E falando em zumbis, que evoluíram muito desde o primeiro filme do Romero, pois lá eles apenas se arrastavam (e ainda conseguiam pegar alguns humanos!!!), neste filme eles lembram muito os zumbis atléticos de Guerra Mundial Z. Acho que se eu acordasse e descobrisse que o mundo agora está povoado de zumbis, não ia querer que fosse em um Invasão Zumbi da vida. Melhor acordar em Noite dos Mortos-vivos mesmo. O filme coreano é rápido, cheio de cenas de tirar o fôlego, e eu ia morrer nos primeiros 10 minutos da trama. E você? Vai conferir o filme, que tá valendo dois pacotes cheios de pipoca e baldão de refri, e volta me contar 😉

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