Uma Mente Brilhante

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Uma Mente Brilhante retrata uma história de amor com inteligência, mas sem esquecer do sentimento

Uma Mente Brilhante é um filme com um roteiro muito bem escrito, um elenco extremamente eficaz e um valor de produção muito bem trabalhado. Enquanto ganhador do Oscar, é lembrado por algo extremamente simples: um filme não precisa ser inovador para ser atraente. Originalidade é algo extremamente super valorizado, principalmente porque há muito pouco dela em Hollywood hoje em dia, mas, quando os cineastas fazem um trabalho tão habilidoso com elementos tão familiares, como aqui, seu trabalho deve mesmo ser reconhecido.

Emotivo sem ser manipulador, Uma Mente Brilhante conta a história de vida de John Nash, um ganhador do Prêmio Nobel que lutou contra a esquizofrenia durante a maior parte de sua vida adulta. Dirigido por Ron Howard, de O Código Da Vinci, o filme se torna um conto da batalha de um homem para superar sua própria deficiência, mas também do poder exagerado do amor – um tema que foi abraçado por filmes tão diversos como A Felicidade Não se Compra e Rocky: Um Lutador.

O filme pode ter sido desenvolvido para agradar ao público, bem como para fazer chorar, mas seu real ponto forte está em como o quebra-cabeça foi montado. O filme nunca se torna enjoativo, nem ameaça nos afogar sob uma profusão de sentimentos falsos. Não é um filme “água com açúcar”, como costumamos dizer. Os personagens são muito bem desenvolvidos e as situações pelas quais eles passam evocam sentimentos diversos. Uma Mente Brilhante oferece uma catarse sem insultar a inteligência. Infelizmente, podemos afirmar o mesmo sobre poucos filmes de hoje em dia.

O longa acompanha John Nash (Russell Crowe), um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e arrogante Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega até mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o Nobel.

Russell Crowe, vencedor do Oscar por Gladiador, seu filme anterior, teve mais uma oportunidade de brilhar (e merecia mais o Oscar por este projeto). Crowe permite que o personagem ganhe destaque. Assim como fez em O Informante, o ator não mostra dificuldade em habitar a pele de um indivíduo da vida real que tem um intelecto mais forte do que físico. Enquanto isso, Jennifer Connelly (Hulk) está brilhante como Alicia. Embora Crowe se sobressaia, é o trabalho complexo de Connelly, retratando uma mulher forte e amorosa, que leva o filme a outro patamar. Os ótimos Paul Bettany (WandaVision), Ed Harris (O Show de Truman) e Christopher Plummer (Entre Facas e Segredos), completam o elenco.

Um espectador não precisa ser um especialista em matemática para apreciar o que Uma Mente Brilhante tem a oferecer. O filme fala de teorias matemáticas e teoremas, mas explica de forma simples e inteligente; ninguém fica perdido ou entediado. Afinal, o filme não é sobre matemática, embora ela seja o pano de fundo da coisa toda. É sobre a fragilidade humana e a capacidade de triunfar sobre ela. Nash poderia facilmente ser um médico, advogado ou operário da construção civil e a essência da história não mudaria.

O roteiro de Akiva Goldsman (A Luta pela Esperança) faz do longa muito mais do que apenas um “filme sobre um doente”. No centro da trama está o relacionamento entre John e Alicia, e as dificuldades que o seu vínculo permite que eles superem. Ele desafia a sabedoria convencional de Hollywood de que amor é paixão e romance. Para John e Alicia, é algo doloroso e de partir o coração. E, embora corações e flores sejam ótimos para uma fantasia romântica, o sentimento aqui vai mais fundo para aqueles que acreditam nesse tipo de história romântica.

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