O drama franco-brasileiro Salamandra, dirigido por Alex Carvalho, narra a história de Catherine (Marina Foïs), uma mulher francesa de meia-idade em busca de um novo começo no Brasil. Após a morte do pai e se sentindo sufocada por sua realidade, ela viaja em busca de reconexão com sua irmã. Lá, o destino a cruza com Gil (Maicon Rodrigues), um jovem brasileiro ambicioso e cheio de vida.
O encontro inesperado entre Catherine e Gil é marcado por uma atração instantânea, transcendendo as barreiras do idioma e da cultura, em uma conexão profunda. A relação se intensifica rapidamente, levando-os a um turbilhão de paixão e descobertas. Catherine se vê envolta em um novo mundo, vibrante e cheio de contrastes, enquanto Gil encontra na francesa a oportunidade de ascender socialmente.
Apesar da paixão avassaladora, as diferenças culturais, desafios emocionais e as realidades distintas dos personagens geram conflitos e questionamentos. Catherine precisa lidar com o choque cultural e também com seus próprios demônios, como a solidão e as dúvidas sobre seu futuro. Já Gil enfrenta as expectativas da família e da comunidade, além do desejo de se libertar das amarras da pobreza.
Ao longo da narrativa, ambos os personagens passam por profundas transformações. Catherine se liberta das amarras do passado e se abre para novas experiências, enquanto Gil amadurece e assume responsabilidades. O amor entre eles se torna um catalisador para o crescimento individual e a superação de obstáculos.
O filme também tece uma crítica social sutil e implícita, abordando temas como desigualdade social, racismo e sexismo. A relação entre Catherine e Gil, marcada por uma diferença de idade e status social, expõe as disparidades presentes na sociedade brasileira.
As atuações de Marina Foïs e Maicon Rodrigues são um dos pontos altos do filme. Foïs entrega uma performance sensível e complexa, enquanto Rodrigues transborda carisma e magnetismo. A direção de Alex Carvalho é delicada e precisa, explorando com maestria os cenários brasileiros e capturando a essência da história.
O longa não oferece respostas fáceis aos seus personagens. O final, aberto à interpretação, convida o público a refletir sobre o amor, a perda, as diferenças culturais e a busca pela felicidade.
Salamandra é um filme sensível e tocante que explora os temas do amor, da perda e da redenção com profundidade e nuance. As atuações marcantes, a direção sensível e a fotografia deslumbrante tornam-no uma experiência cinematográfica rica e memorável. Recomendado para aqueles que apreciam dramas que desafiam e inspiram.