Sem Novidade no Front

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"Sem Novidade no Front" é o primeiro filme realmente grande a levar a estatueta de Melhor Filme no Oscar

Sem Novidade no Front é o filme definitivo sobre a Primeira Guerra Mundial. A Primeira Guerra foi o tema de muitos filmes produzidos antes da Segunda Guerra Mundial, a maioria épicos grandiosos e dramáticos. Não é por acaso que dois dos três primeiros Oscars de Melhor Filme tenham sido para filmes que abordam o tema. Embora Asas ainda seja assistível, Sem Novidade no Front resiste melhor ainda ao teste do tempo. As cenas de batalha são tão críveis e poderosas quanto coisas produzidas posteriormente.

A atenção do diretor Lewis Milestone (O Grande Motim) aos detalhes é tão precisa que é impossível dizer que as imagens na lama e nas trincheiras foram capturadas na Califórnia, ao invés da fronteira entre a Alemanha e a França.

Mais um filme anti-guerra, apesar de retratá-la minuciosamente, o subtexto do roteiro torna isso claro logo de cara. Os personagens discutem quem quer a Guerra. O Kaiser, para se firmar na história? Os líderes, cujos egos podem ter sido feridos? Os fabricantes de armas, que ganham dinheiro? Certamente não os soldados, que lutam e morrem.

Existem sequências grandiosas, centenas de homens são massacrados e nenhum dos lados avança em sua posição. A natureza brutal, sangrenta e sem sentido da guerra das trincheiras é colocada em cheque durante o filme todo. Tanto é sacrificado por tão pouco – alguns metros de solo lamacento são tomado através da força vital de milhares de homens.

O filme também é sobre desilusão. Segundo ele, a “glória” da guerra não passa de uma farsa. O personagem principal retorna para casa em uma licença para se encontrar desconectado da vida que ele levava e das pessoas que ficaram em sua cidade natal. Suas experiências na linha de frente arruinaram sua vida “normal”. Ele resume assim: “Nós vivemos nas trincheiras, lá fora. Nós lutamos. Tentamos não ser mortos, mas às vezes somos.”

Primeiro filme falado dirigido por Lewis Milestone. Ele pretendia que o filme não tivesse trilha sonora, mas em muitos lugares os cinemas adicionaram suas próprias músicas ao filme – algo que enfureceu o diretor, que sentiu que a música tirava um aspecto poderoso do seu filme.

O fato de Sem Novidade no Front funcionar tão bem hoje, tantas décadas depois de ter sido produzido, é um feito e tanto. A atuação é discreta para uma era em que tudo era muito teatral. A recriação das trincheiras teve uma autenticidade que alarmou os veteranos da Primeira Guerra Mundial que assistiram o longa. E as cenas de batalha são excelentes.

O roteiro mantém o espectador envolvido por todos os 133 minutos de projeção que passam num piscar de olhos. Melodia da Broadway e Cimarron, ganhadores anteriores de Melhor Filme, mal são lembrados em listas dos ganhadores, enquanto Sem Novidade no Front se mostra o primeiro grande filme a levar a estatueta.

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