American Crime Story: The People v. O.J. Simpson

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Série recria o veredito que marcou a história dos EUA.

O julgamento do século, como ficou conhecido, não poderia ter tido maior relevância que essa para o mundo. Estamos inseridos num contexto onde poder e fama possuem uma magnitude não palpável e que se mantém muito distante das pessoas, por mais populares que sejam. Nesse caso, lotado de controvérsias e espetáculo estapafúrdio, as vidas envolvidas no crime do século, também não seriam mais as mesmas depois do tribunal.


Em 1994, uma das maiores celebridades dos EUA, O.J. Simpson, ex-jogador de futebol americano, ator de filmes, comerciais e empresário, tinha o mundo em suas mãos, e um descontrole em sua mente. Após vários episódios públicos de má conduta, desde atrair a jovem de 18 anos, Nicole Brown, que futuramente viria a ser sua esposa e depois assassinada, até as agressões verbais e fí­sicas a mesma, que já a levaram a ficar internada no hospital.

Entre fatos e espetáculos, a nova série do produtor Ryan Murphy (American Horror Story, Glee, Scream Queens) The People vs. O.J. Simpson: American Crime Story, retrata com detalhes o circo que foi formado em torno do julgamento do ex-jogador como principal suspeito pela morte de sua ex-esposa Nicole e de um garçom chamado Ron Goldman, que estava na casa de Nicole.


Baseado no livro de Jeffrey Toobin, The Run of His Life, o programa foca bastante em todas as pessoas que viveram esse processo e tudo que esses, agora personagens, também enfrentavam na vida pessoal numa época decisiva como essa. É difí­cil não odiar o personagem de Courtney B. Vance e ao mesmo tempo amá-lo por interpretar o carismático e apelativo advogado Jhonnie Cochran com tanta precisão e competência. Outro forte destaque é Marcia Clark, a promotora de acusação interpretada pela brilhante Sarah Paulson, que virou sensação na época, levantando seu nome em revistas de fofoca e até crí­ticas sobre seu vestuário e cabelo. Um nome familiar para a audiência dessa década é Robert Kardashian (David Schwimmer), que muitos conhecem como o patriarca do trio bilionário da TV americana, Kim, Kourtney e Khloé Kardashian. Ele era amigo pessoal do acusado junto com sua ex-esposa Kris, a matriarca e administradora do império midiático das filhas.


A série expõe seu ponto de vista através das reações e percepções de seus personagens, principalmente Robert Shapiro (John Travolta) que mostra plena convicção da culpa de seu cliente no assassinato duplo. Afinal, todo mundo sabe que ele matou Nicole e Ron, não há dúvidas sobre isso.


Obviamente que um julgamento como esse não poderia passar batido pela mídia, que engoliu violentamente o ocorrido e se aproveitou tanto dos fatos quanto dos envolvidos, que também tiraram seu proveito com entrevistas em talk shows e programas populares da tarde, onde discutiam ao vivo se O.J. era culpado ou não. Mas, além desse teatro fora do tribunal, dentro não era diferente, já que a manipulação da equipe do astro, manipulava seu público para um novo embate além do povo contra Simpson, havia agora os brancos contra os negros. Essa cartada foi crucial para tornar o evento emocional e mostrar a situação da comunidade negra em Los Angeles que passava por assédios policiais violentos. Tudo isso tirou a atenção do assassinato.


Essa é uma série imperdí­vel, que se mostra corajosa o bastante para intrigar e surpreender mesmo com uma história que as pessoas já conhecem. Rica em detalhes de cenário, objetos e também com uma direção preocupada com veracidade de seus atores, American Crime Story nos faz lembrar de uma história que não pode ser esquecida.

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