Trumbo: Lista Negra

Trumbo: Lista Negra, retrata um período amargo da política americana e de sua influência sobre a produção artística e cultural. Este período ficou conhecido como Macartismo, e sacrificou escritores, diretores, atores, dentre outros profissionais, que foram listados pelo Comitê de Atividades Antiamericanas, e tiveram suas carreiras interrompidas sob a acusação de traição devido a envolvimento com comunismo.
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Dalton Trumbo (maravilhosamente interpretado por Bryan Cranston, de Breaking Bad) é um dos maiores roteirista de Hollywood. Ele e sua esposa Cleo (Diane Lane, de O Homem de Aço) formam uma família feliz junto de seus três filhos. Porém, Trumbo, filiado ao Partido Comunista, passa a ser um dos alvos favoritos de Hedda Hopper (Helen Mirren, de A Rainha), uma radialista de direita engajada em extinguir “a ameaça comunista” existente em Hollywood. Junto de figurões como John Wayne (David James Elliot, de Não Há Vagas), ela exerce influência sobre a indústria cinematográfica, o que acaba por nomear Trumbo e seus colegas como “Os 10 de Hollywood”, investigados e condenados à prisão.
Mesmo após cumprirem pena, a “lista negra” perdura, e Trumbo e seus colegas têm dificuldades em arranjar trabalho. Para burlar o sistema, o inteligente roteirista desenvolve um esquema que envolve, além de sua família, outros integrantes da indústria hollywoodiana.

Durante sua carreira, o trabalho de Trumbo ganhou dois Oscars, porém o escritor não foi reconhecido na ocasião, em parte por sua estratégia. Kirk Douglas e o sucesso do filme Spartacus ajudaram a mudar este cenário. Numa entrevista tardia, Kirk afirmou que não tinha consciência do resultado que a sua insistência em demandar Trumbo como roteirista geraria, mas que via nisso uma oportunidade de acabar com a hipocrisia da situação.
Jay Roach é um diretor de comédias e tem em seu currículo filmes como Entrando Numa Fria e dois Austin Powers. Talvez a falta de experiência com dramas biográficos tenha contribuído para o ritmo lento do filme, meio fora de época, mas ainda assim demonstra a competência do diretor em outros gêneros.

Uma curiosidade: mais uma vez um filme que retrata o Oscar falha em contextualizar uma história em seu tempo. Durante uma apresentação da cerimônia no filme, ouvimos a frase: “e o Oscar vai para…”, sendo que na época, o jargão utilizado era “e o vencedor é…”. Tal equívoco não desmerece a ótima reconstituição de época.
Trumbo: Lista Negra é um grande filme, mas tem suas peculiaridades, assim como a figura que ele retrata.
Nota:

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