Esta é a história da jovem Susie (a extraordinária Saoirse Ronan, de “Desejo e Reparação”), que foi estuprada e assassinada. Do além mundo, ela olha para as consequências desse crime.
Para construir o clima, o diretor Peter Jackson (“O Senhor dos Anéis”) surge com paisagens fantasiosas espetaculares. Gigantes navios engarrafados, radiantes campos de flores e montanhas deslizantes são parte do que pode ser visto por sua protagonista na busca por respostas. E esse é o ponto alto do filme.
O argumento é forte.
Jackson e suas colaboradoras de longa data Fran Walsh e Philippa Boyens adaptam aqui o popular romance de Alice Sebold. Aqui a suavização da violência do estupro é suavizada em prol da fantasia vivida por Susan. O que não deixa de soar bonito.
O poder do filme ainda está lá, mas em parte se perde. A busca terrena por respostas relacionadas ao seu assassinato enfraquece graças ao deslumbramento com as partes fantasiosas. Stanley Tucci (de “Julie & Julia”) faz o possível para dar um que aterrorizante ao seu personagem. E consegue em poucas falas.
Jackson transita, mais uma vez, entre a fantasia e a realidade. Dessa vez pendendo mais para a fantasia e o espiritual. O filme é uma história humana enfraquecida pelos aspectos fantasiosos, mas que, em parte, nos delicia com isso.