Aqui vão algumas informações rápidas sobre o filme:
- É um true crime belga.
- Baseado em uma história que chocou a Europa.
- Foi selecionado para o Festival do Rio de 2023.
- Tem algumas reviravoltas para quem não conhece a história.
- Foi dirigido por Joaquim Lafosse.
Qual a história de “Um Silêncio”?
Astrid, esposa do famoso advogado François, vive uma vida privilegiada. Enquanto a mídia se concentra em um caso de grande repercussão de François, onde ele representa os pais de crianças sequestradas, a família enfrenta uma pressão constante com repórteres esperando do lado de fora da casa. No entanto, o equilíbrio familiar é abalado quando uma figura do passado retorna, buscando justiça por conta própria.
O olhar de Lafosse
Quando pensamos em dramas e filmes de crimes, o comum é esperar enquadramentos com muito detalhes e planos muito próximos dos personagens. Mas o processo inverso acontece em Um Silêncio. Lafosse escolheu posicionar sua câmera distante da ação, muitas vezes causando um certo desconforto.
À medida que o filme avança e as emoções afloram, a câmera também vai se aproximando com mais frequência, mas ainda assim com certa frieza em enquadramentos amplos. A escolha parece se justificar quando pensamos em um true crime que tenta reconstituir eventos importantes de uma história.
O público é colocado em uma posição de júri e ao mesmo tempo de investigador, descobrindo aos poucos a trama da história.
Um problema de ritmos
Um Silêncio< tem um ritmo bastante arrastado. Que só se ajusta do meio para o final do filme. Creio que para aqueles familiarizados com o crime, e que já conhecem os personagens, a história surge com mais clareza. O que é diferente para nós aqui do outro lado do atlântico, que desconhecemos a tragédia.
Um exemplo do que estou falando é a história de Suzane Von Richthofen, retratada em filmes como a menina que matou o pai. A maioria dos brasileiros sabe a história de trás pra frente, o que significa q ela poderia ser contada de qualquer maneira que seu entendimento não seria prejudicado.
Mas talvez alguém lá na Europa tivesse dificuldade por não conhecer os personagens e os fatos. É como me senti assistindo Um Silêncio. Demorou um pouco até eu entender quem era quem, e o que de fato estava acontecendo. E quando entendi, o filme estava na metade. E foi nessa parte que tudo começou a se desenrolar muito rápido, contrastando com a narrativa arrastada do início.
Vale a pena ver “Um Silêncio”?
Eu fiquei chocado com a história. Não esperava pelas reviravoltas. Juro que não esperava! Isso é bom, porque geralmente as histórias são muito previsíveis. Talvez por se basear em um crime real, a vida deu seu toque de imprevistos. A única coisa que me incomodou foi o começo bastante lento e um pouco confuso. Mas é como o subir de uma montanha russa. Quando o filme pegou o ritmo, foi muito rápido e cheio de emoções. Não vou mentir, a história é pesada! Mas ainda assim eu recomendaria para qualquer um que gosta de histórias baseadas em tragédias reais. Antes na tela do cinema do que na nossa vida, não é mesmo?
