Vermelho Monet

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"Vermelho Monet": Uma jornada cromática no mundo das artes

Vermelho Monet, dirigido por Halder Gomes, explora o mundo das artes plásticas e suas complexidades, falando sobre temas como o desejo, a ambição e a busca peça redenção. O filme apresenta uma plasticidade visual arrojada e ousada, brincando com a metalinguagem.

Acompanhamos três histórias e perspectivas sobre a arte: uma atriz brasileira que parte para Portugal, uma agenciadora de obras artísticas e um pintor que perde a percepção das cores.

Na trama, Johannes Van Almeida (Chico Díaz) é um pintor especialista em arte de corpos femininos que acabou de sair da prisão e precisa recomeçar a sua vida de algum jeito, uma vez que, antes de ser detido ele não tinha um bom reconhecimento no mercado.

No entanto, Johannes encontra com a atriz estrangeira em crise profissional e pessoal, Florence Lizz (Samantha Heck Müller), e vê nela uma fonte de inspiração intensa para sua arte. Além do pintor, a negociante de arte, Antoinett Léfèvre (Maria Fernanda Cândido), que sabe reconhecer uma obra de grande valor, também não tira os olhos da atriz. Surge então um triângulo amoroso.

O roteiro aborda cada personagem como universos independentes, representando partes específicas da construção de uma obra artística.

Chico Diaz e Maria Fernanda Cândido se destacam em relação à personagem de Samantha Müller, cujos diálogos às vezes parecem artificiais e pouco fluidos.

Johannes é o personagem mais multifacetado do filme como o exímio e atormentado pintor de figuras femininas que sofre de uma deterioração da visão, enxergando tudo em preto e branco. Sua busca por inspiração em corpos femininos e sua relação com a memória da visão da amada criam simpatia pelo personagem.

Suas explosões e comedimentos são pontos fortes do filme, ao lado da personagem de Maria Fernanda Cândido.

O longa aborda as várias etapas da arte, desde a produção até o consumo e a disseminação com uma estética impecável, utilizando cores vibrantes e composições que remetem as obras de Monet, criando uma atmosfera sensorial.

O filme também nos faz refletir sobre como os seres humanos contribuem e articulam os acontecimentos no mundo das artes e vai além do romance, tecendo uma crítica social ao elitismo do mercado de arte e as ambições que podem corromper o processo criativo.

Essa abordagem metalinguística torna o filme curioso para o cinema brasileiro e amplia as narrativas a serem exploradas pela nossa arte.

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