Alguns anos atrás, realizar Vingadores seria uma tarefa impossível. Unir quatro protagonistas de franquias diferentes baseadas em quadrinhos e vários coadjuvantes que transitam entre elas, mais alguns vilões, e ainda fazer com que os não iniciados em quadrinhos entendessem o que viam parecia realmente inalcançável.
Joss Whedon o fez com maestria pela primeira vez em 2012 no primeiro Vingadores e o faz agora deixando a tarefa com uma certa leveza que a pressão imposta no primeiro filme não deixava transparecer. Esta continuação faz seu antecessor parecer uma produção de estagiários, em comparação.
A trama está mais sombria, como é inevitável na medida em que a trama avança nessas histórias. A interação entre os personagens ainda solta aquelas faíscas vistas no primeiro filme e a construção dessas interações está muito bem realizada ao longo dos filmes e anos que separam o primeiro do segundo longa.
A ação e a ameaça se tornam globais e a opção por um vilão como Ultron mostra que as escolhas do estúdio não beiram o óbvio. E a troca de criador do personagem (que nos quadrinhos foi criado pelo Homem-Formiga, que ganha seu primeiro filme em julho) para o Homem de Ferro, cria as amarras perfeitas para o que virá a acontecer nos próximos filmes do conciso Universo Cinematográfico Marvel.
Era de Ultron poderia ser apenas explosões, ação e drama, mas a mão de Joss Whedon com os personagens é a cola que o filme precisa para unir tudo isto. Ele traz diferentes nuances para os personagens mesmo em meio às cenas de ação e desenha diversas relações e paralelos entre eles, aproveitando o elenco estrelar que tem em mãos.
Maior e mais obscuro do que estamos acostumados nos filmes da Marvel, o filme não é uma exata adaptação da Graphic Novel na qual se baseia, mas isso não o estraga e, sim, o torna mais consistente. O elenco e equipe o tornam mais carismático e redefinem a escala do que podemos esperar dos épicos de super-heróis, mais uma vez.
Que venha Homem-Formiga e Capitão América: Guerra Civil!