Welcome To The Blumhouse: Nocturne

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Nocturne une frustração com ritual em história previsível

O especial de terror da Blumhouse em parceria com a Amazon Prime Video reservou para Nocturne um pouco do sobrenatural que ainda não havia sido mostrado nos outros filmes da antologia. Na trama, Juliet, interpretada por Sydney Sweeney, que ganhou destaque como Cassie na série Euphoria da HBO, se sente ofuscada por sua irmã gêmea biviletina Vivian (Madison Iseman). Ambas são talentosas estudantes de piano em busca de um futuro na profissão clássica. O contraste entre a juventude e a tradição do piano entram em choque de forma elegante, sem qualquer compromisso de reinvenção. Tais referências também seguem na trilha sonora do filme, que transporta um ar de suspense com sintetizadores e som do piano para criar a atmosfera perturbadora.

Juliet, que sempre sonhou em ser pianista, se vê ofuscada quando Vivian ganha mais oportunidade e espaço, além de toda tiração de sarro e presença tóxica da irmã. Aqui podemos ver a mesma dinâmica interna de Nina em Cisne Negro, que em busca de se destacar e obter sucesso, mergulha numa paranoia que afeta toda a realidade a sua volta. Em Nocturne, a motivação de Julie vem a partir de um pacto demoníaco ao encontrar a partitura de Moria (Jin Eun Hwang), uma brilhante musicista que se suicidou. Claro que nas páginas, além das notas musicais, existem desenhos bizarros de ritual extremamente sugestivos que começam a guiar a narrativa de Juliet.

A busca pela perfeição na parte artística também ganha substância no lado pessoal da personagem, que ainda não vivenciou coisas da sua idade como o primeiro beijo e transborda sua pouca vivência em atitudes imaturas. O que dá ótimas ferramentas para a atriz de Euphoria, que entrega muito bem as nuances de Juliet em fases de ingenuidade, promiscuidade e revolta. Conforme sua confiança começa a emergir, a luz dourada e vibrante que só ela vê, vira um amuleto e chamariz para cada ato da partitura que imita os acontecimentos reais encaixando muito bem a trama. Com história bem fechada e previsível, o filme dirigido e escrito por Zu Quirke, não se arrisca num roteiro mais refinado e associa o talento a obsessão de forma mortal como muitos outros filmes já fizeram. Ainda assim, na sua proposta simples, acerta no elenco e no objetivo de entreter com cenas icônicas de horror gráfico.

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