Um Doce Refúgio

Onde assistir

Ah, a crise de meia-idade. Alguns compram carros, outros se separam de casamentos de mais de 20 anos, enquanto outros compram um kayak. Bom, esta última não faz parte das ideias convencionais, mas Michel (Bruno Podalydès), personagem principal de Um Doce Refúgio, meteu na cabeça que é isso que ele vai fazer, e como sua esposa, Rachelle (Sandrine Kiberlain), nem pensa em dissuadi-lo da ideia maluca, ele se joga em sua aventura de corpo e alma, e barraca, térmica, lampião, dispositivo repelente de mosquitos e outros quilos de quinquilharia.
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O enredo do filme é muito simples, mas sem ser simplista: Michel é um designer de cinquenta e tantos anos, que teve muitos sonhos, mas que agora está acomodado. Um belo dia o chefe está falando em palíndromos, e todos estão fazendo um brainstorming, e Michel sai com a palavra kayak. E a palavra o persegue, e ele começa a procurar kayaks na internet. Então ele compra remos, e depois um kayak, e treina em casa, remando diligentemente como se estivesse em um rio. Até que ele compra todos os equipamentos e comunica a esposa, Rachelle, que pegou uma semana de folga e vai seguir o rio até desembocar no mar. Ela acha a ideia boa, e o leva até o rio. E ele vai. Nos primeiros 5 km ele encontra um restaurante, cheio de gente maluca, e fica naquele refúgio um bom tempo.
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Michel é um personagem muito diferentão. Um misto de Woody Allen e Jacques Tati, mas um pouco mais contemporâneo. Habituado a todo tipo de conforto, ele seria a última pessoa que você esperaria ver em uma aventura. Quando a esposa o leva até a beira do rio, ele parece querer que ela o impeça. Mas quando vê que não tem jeito e o lance já virou questão de honra, ele vai. Mas logo atraca sua embarcação e senta em um restaurante para beber e comer sossegadamente. Quando decide retomar a viagem, ele se apegou tanto ao lugar e às pessoas, que acha difícil sair dali. E você acaba curtindo sua morosidade, e o sossego daquele lugar.
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Esta comédia francesa é lenta, mas deliciosa. E estamos tão acostumados a assistir a filmes que obrigatoriamente necessitam de tramas incríveis, pontos altos e baixos, algo para você se manter atento, que fica até complicado acompanhar Um Doce Refúgio. Mas assim que você percebe o ritmo do filme, se deixa levar pela história, e aproveita a doce brisa da vida do personagem naquela semana de sabático, você fica envolvido de tal maneira no filme que se esquece de tudo ao redor.
Nota:

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Varilux

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