13 Minutos

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"13 Minutos" simplifica a história de uma tentativa de assassinato a Hitler, com a biografia de Georg Elser

Antes de fazer mais um filme sobre o Terceiro Reich, seria sensato que os cineastas se perguntassem o porquê. Será que é para “nunca esquecer”? Ou seria por que existe uma cota de financiamento para filmes de segunda guerra?

Com 13 Minutos, Oliver Hirschbiegel retorna ao tema depois de A Queda – As Últimas Horas de Hitler, ressuscitando a história de Georg Elser, que tentou assassinar Hitler, em 1939. Porém, assim como inúmeros outros filmes ambientados no período, o longa peca na falta de sutileza combinada com um sentimentalismo previsível.

O filme mostra que, em 8 de novembro de 1939, Elser implantou uma bomba atrás de um púlpito que seria usado por Hitler, em Munique. Mas o Führer deixa o local mais cedo que o esperado, frustrando o plano que poderia ter evitado parte da Segunda Guerra Mundial.

A pergunta que não quer calar: por que tanta demora do público em questionar o fluxo constante de filmes banais sobre temas já explorados de uma grande tragédia? A resposta, infelizmente, é que os filmes mais simplistas tornam os sentimentos incompreensíveis desse horror do século XX, compreensíveis, permitindo ao público uma catarse barata ou a sensação calmante de reconhecer que havia o “bem” em meio a todo aquele caos.

13 Minutos cai na tentativa de humanizar, através de um romance, a história do homem que quase matou Hitler. E é inegável que a história de Elser deveria ser mais conhecida, mas o roteiro banal, combinado com toques sensacionalistas, traz a mesma abordagem cansada para um momento histórico tão cruel quanto o retratado.

O triste é que ao fim da projeção, 13 Minutos falha em entender que as ações de Elser e seus companheiros são um imperativo moral à ser lembrado, mas deveriam ser nitidamente aprofundadas, pois assim, simplificadamente, elas não ganham a relevância necessária para o público de hoje.

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