Bateu o olho no elenco e apostou que a entrega de um filme que valia a pena ser assistido estava garantida? Pois acertou em cheio! As duas personagens principais, ambas participantes do idolatrado canal Porta dos Fundos, mostram como nem só de vídeos de alguns minutos se faz boa comédia.
Penélope Caldas (Luciana Paes) é uma bem-sucedida cachaçologa que retorna a Parati, sua cidade Natal para, infelizmente, acompanhar o velório de seu avô. Ao reencontrar a irmã Joana (Thati Lopes) que nunca saiu da casa onde as duas cresceram, fica clara a diferença de vida e personalidade delas. Quando as solenidades se encerram, resta apenas a herança para ser discutida, e o que nenhuma das mulheres esperava era a possibilidade de serem donas não só dos bens conhecidos do avô, como também de uma rara e extremamente valiosa garrafa de cachaça, a Saideira.
Os primeiros minutos de filme começam de leve, sem muita novidade no quesito “introdução do enredo”. Vemos o ator Tonico Pereira, que interpreta o personagem Honório, executando aquela velha fórmula de graça baseada na tapeação e estereótipos, ou seja, nada de novo. Até que uma pequena reviravolta faz a história tomar um rumo diferente do esperado, e assim o espectador se encontra perguntando “Ué, e agora?” e o filme começa com tudo.
O ponto alto da trama foi apostar em dois lados igualmente seguros, cativantes, mas que nem por isso deixam a desejar na criatividade. De um lado, temos o contexto histórico da região de Parati e da de Minas Gerais, e claro, a história da cachaça em si. Tudo com espaço para ser levado a sério e também na brincadeira, e muito estruturado no roteiro (só espere pra ver a cena com o nome das cachaças: perfeita!). Do outro lado, temos o drama familiar, que também oferece uma boa dose (com chorinho e tudo) de risadas, discussões e aventuras que fazem qualquer pessoa de identificar completamente, ainda mais quando o caso de família são irmãos(as) e avôs. Sendo que o final tem pequenos plot twists inesperados.
Para melhorar ainda mais toda essa receita de bom filme, as personalidades de Penélope e Jô, casaram perfeitamente com cada uma das atrizes. Elas não só estão ótimas em seus papéis como também parecem completamente confortáveis, se mostram desenvoltas e sabendo exatamente o que fazer e em que medida fazer. Quando existe qualidade, a entrega é assim, certo?
Pegue a pipoca e se prepare para uma ótima comédia nacional com Saideira, um filme divertido, que consegue sair daquilo que sempre é esperado do gênero.