A Divorciada é um filme de uma época em que as convenções sociais eram rígidas e as noções sobre casamento, divórcio e moralidade estavam intrinsecamente ligadas a padrões tradicionais. Indicado ao Oscar de Melhor Filme, o longa, dirigido por Robert Z. Leonard, explora questões sociais que, embora impactantes para sua época, podem parecer datadas e distantes para o público moderno.
O enredo gira em torno de Norma, interpretada por Norma Shearer, uma mulher que, após descobrir a infidelidade de seu marido, decide quebrar as amarras do matrimônio e buscar sua própria liberdade emocional. O tema central da narrativa, que aborda a emancipação feminina e as consequências sociais do divórcio, era ousado para a década de 1930, mas as mudanças significativas nos valores e nas normas sociais ao longo das décadas podem diminuir o impacto dessa abordagem hoje em dia.
A atuação de Norma Shearer é notável (como era de se esperar de uma estrela como ela), capturando a angústia e a determinação de sua personagem diante das expectativas sociais opressivas. No entanto, o desenvolvimento dos personagens e o diálogo, em retrospectiva, podem parecer simplificados, refletindo as limitações das representações da época sobre questões complexas.
Do ponto de vista técnico, o filme, embora tenha sido inovador em sua época, pode não impressionar da mesma forma nos dias de hoje. As convenções cinematográficas, as técnicas de filmagem e a qualidade visual evoluíram consideravelmente desde então, deixando A Divorciada em um estado em que sua estética pode parecer antiquada.
Outro fator a ser considerado é a mudança nas perspectivas sociais sobre o divórcio e a emancipação feminina. O que era revolucionário em 1930 tornou-se, em muitos aspectos, uma parte estabelecida da sociedade moderna. Isso pode fazer com que as reviravoltas dramáticas e os conflitos morais do enredo pareçam menos impactantes, já que as normas sociais evoluíram consideravelmente desde então.
Em resumo, A Divorciada oferece uma janela fascinante para a história do cinema e para as mudanças sociais em curso na década de 1930. No entanto, a distância temporal e as transformações nas atitudes sociais podem fazer com que o filme pareça menos provocativo e envolvente para os espectadores modernos, ressaltando as mudanças contínuas na forma como a sociedade percebe e representa relacionamentos e escolhas individuais.