A Fera na Selva

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"A Fera na Selva": Uma odisseia sensorial entre o amor platônico e o tempo

A Fera na Selva é um filme franco-belga-austríaco dirigido por Patric Chiha, baseado na novela homônima de Henry James. O filme conta a história de John e May, dois amantes que se encontram todas as semanas em uma boate parisiense, mas nunca se tocam. Eles estão presos em um limbo temporal, esperando por algo que nunca chega.

Livremente adaptado do livro The Beast in the Jungle de Henry James em 1903, o filme acompanha um casal que frequenta um clube noturno por 25 anos, de 1979 a 2004, na expectativa de um misterioso acontecimento. Do disco ao techno, eles testemunham importantes fatos globais: a crise da AIDS, a queda do Muro de Berlim, o ataque às Torres Gêmeas. Até que o misterioso evento acontece, de uma forma muito mais trágica do que se esperava.

Acompanhando a história da música disco à música tecno, o filme é um tributo à cultura dos clubes e um mergulho na noite e a busca pelo absoluto que a sustenta. Uma odisseia sensorial. O filme encanta pelo seu esplendoroso estilo visual, com a ótima atuação dos protagonistas e a interessante exploração do tema do amor platônico.

A filmagem é deslumbrante. A fotografia de Céline Bozon é belíssima, criando uma vibe bem surreal. Anaïs Demoustier e Tom Mercier são magnéticos como John e May, e conseguem transmitir a tensão e a frustração dos personagens de forma convincente. A atuação de Anaïs Demoustier é particularmente notável entregando toda a beleza, a inteligência e a fragilidade de May.

O tema do amor platônico é explorado de forma original e instigante. O filme não oferece respostas fáceis, e deixa o espectador refletindo sobre a natureza do amor e da paixão.

A direção de Patric Chiha é segura e eficiente. Ele cria uma atmosfera onírica e sensual, no estilo dreamlike, que contribui para o impacto do filme. A trilha sonora é excelente. A música de Rodolphe Burger ajuda a criar a atmosfera do filme e a enfatizar os temas da paixão e da melancolia.

O ritmo é deliberadamente lento, e o filme se concentra na construção do clima e dos personagens. No entanto, La Bête dans la Jungle (título original) é belo e instigante e nos entrega uma sensação de nostalgia e melancolia que reflete o estado de espírito dos personagens. Uma experiência cinematográfica única.

O filme é um exercício de estilo visualmente deslumbrante, com uma história instigante sobre o amor platônico. Deixamos o filme em ressaca e remorso, destroçados pelo génio de Chiha.

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