As cenas iniciais de “A Princesa e o Sapo” funcionam como uma ducha fria após um longo dia cansativo e puxado. Estamos diante de um antigo/novo clássico na animação: 2D, não precisamos de óculos, nenhum ingresso extra, sem ação frenética e com bons ingredientes: uma boa história, personagens cativantes e uma trama bem fixada em determinado tempo e lugar. E o melhor de tudo, desenhado por humanos.
O filme, que é doce e divertido, ganha vida já nas cenas iniciais, que são uma bela demonstração de que os animadores da Walt Disney ainda sabem como fazer um filme desse gênero.
Em uma época em que muitas animações são como fast food: você come rápido e deixa os resíduos na primeira lixeira que encontra, “A Princesa e o Sapo” apresenta aquele gostinho de comida caseira para toda uma nova geração.
A história se passa na maior parte em uma comunidade afro-americana em Nova Orleans, a cidade mais picante da América, antes e após a primeira guerra. A jovem Tiana, valorizada pela mãe Eudora e o pai James. Quando adulta, após perder o pai, a vida de Tiana é uma luta, mas ela se agarra fortemente ao sonho de abrir o seu próprio restaurante.
Você já viu isso antes: em uma festa uma princesa beija um sapo e ele se transforma em um belo príncipe. Mas e se em vez disso, ela se transformasse em um sapo? (é o que já mostra no trailer). A jornada toda acontece com ambos os anfíbios em uma aventura em busca de uma reversão do feitiço para voltarem a ser humanos.
Nessa trajetória contra o feiticeiro vodu que os aprisionou no corpo de sapos, os personagens encontram um bando de outros personagens interessantes, como um jacaré que toca jazz e um vaga-lume meio caipira.
Tipicamente recheado de números musicais compostos pela mesma equipe responsável por “A Pequena Sereia”, “A Princesa e o Sapo” faz lembrar a era de ouro da animação 2D da Disney. Talvez não se torne um dos maiores clássicos do estúdio, mas é brilhante e bem-humorado, e, com certeza, permitirá que as crianças se divirtam, sem agredir ou assustar, sendo apenas mais um novo conto de fadas.