Amores Urbanos

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Amores Urbanos podia usar a capital paulista como protagonista e fazê-la roubar a cena, mas o filme não se rende a esse desejo. Ao contrário. O foco está, acertadamente, todo em seus protagonistas: Julia (Maria Laura Nogueira), Diego (Thiago Pethit) e Mica (Renata Gaspar).
No filme, os três amigos estão no auge de suas vidas, revelando suas personalidades, experimentando desilusões amorosas e procurando a carreira ideal. Eles moram no mesmo prédio de São Paulo e compartilham diariamente suas experiências, fracassos e conquistas. Rindo ou chorando, eles estão juntos.
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O longa, que é o primeiro de Vera Egito – que já havia colaborado nos roteiros de À Deriva e Serra Pelada, de Heitor Dhália, seu marido –, é de uma sutileza que consegue te colocar como um quarto protagonista. Ele aborda temas que conversam com a geração que tem 30 anos.
A leveza permeia o longa do começo ao fim, mas isso não significa que os assuntos de Amores Urbanos sejam levianos ou até mesmo piegas. A cineasta consegue delinear com maestria as personalidades de seus protagonistas e, através disso, aborda temas como sexualidade, família e carreira, tão tocantes à nossa geração Y.
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É a crônica definitiva de uma geração, que só poderia ser feita por uma cineasta dessa idade. São Paulo pode não ser a protagonista, mas está sempre ali, unindo e repelindo seus habitantes com a mesma intensidade que qualquer outra cidade grande faria. Mas o que interessa a Vera é a proximidade desses três protagonistas cheios de falhas, mesmo que seus diálogos sejam dificultados pelo abismo que as redes sociais criaram em nossa geração e que dificultam a forma como nos expressamos na vida real.
A fotografia incrível e a câmera estática nos colocam como participante desse cotidiano. E se você, como eu, for da mesma idade dos protagonistas, será difícil não se identificar com alguma das tramas do longa: seja um relacionamento que não deu certo, o amor que você deveria ter por sua carreira ou qualquer outro dos dramas vivenciados por Julia, Diego ou Mica.
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No final de Amores Urbanos é o paradoxo de nossa juventude que fala mais alto: como viver no ritmo de hoje, resgatando os valores dos nossos pais e avós, sem se deixar abalar por todas as pressões que vem com a chegada dos 30 anos? Eu acho que teremos que descobrir aos 40.
Nota:

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