Michael ouve uma voz, fora de seu quarto de hotel. Mas não é uma voz qualquer, aquela mesma voz que ele vem ouvindo dia após dia. Essa é diferente, é única, como a dele também é. Ele está nu, então rapidamente coloca uma roupa e sai pelo corredor do hotel, batendo de porta em porta, procurando a voz. As pessoas abrem a porta, trocam meia dúzia de palavras com ele, mas todas soam pateticamente iguais. Mas aÃ, de dentro de uma das portas, vem a voz de Lisa. Ela soa autêntica, lindamente diferente. Será essa sua salvação para fora dessa vidinha de zumbi que ele leva há mais anos que possa contar?
Rolou algum tipo de identificação com a cena aà em cima? Pois é, quem diria que você estaria filosofando sobre a vida, em nÃveis bem profundos, com uma animação? Pois é, pode esperar isso de Anomalisa, a nova empreitada de um velho conhecido nosso, o diretor e roteirista Charlie Kaufman, responsável pela história/roteiro de clássicos cult como Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, Quero Ser John Malkovich e Adaptação. E dá pra ver de longe que Anomalisa vai ser um daqueles filmes que serão discutidos ad infinitum e lembrados por muito tempo.
A animação em stop motion, com rostos com diferentes expressões feitas por uma impressora 3D, acompanha Michael, um escritor de livros de atendimento ao cliente que está à beira de um colapso nervoso. Ele está em um hotel, passando a noite antes de dar uma palestra na manhã seguinte. Nessa noite ele reencontra um antigo amor, tentando entender o que deu errado (e faz tudo dar errado de novo), e conhece Lisa, que parece ser sua tábua de salvação. Ou não.
Mas o que faz uma história tão simples ser tão interessante, ainda mais com bonecos de animação stop motion? Pois é, de repente é a simplicidade da história. A vida é simples, o dia a dia é chato mesmo, repetitivo. Cada coisinha que fazemos é assim, e à s vezes, se pararmos pra pensar nelas, podemos nem ver sentido em uma porção delas. E podemos notar que a rotina massacrante acaba nos deixando fora de sintonia com as pessoas. Isso quando não acabamos em uma eterna busca por algo inalcançável. Que podemos um dia alcançar e ver que não era bem o que querÃamos. Pois é, esses são todos temas do filme. Sim, o filme com os bonequinhos animados vão te fazer pensar mesmo.
O lance todo desses carinhas com rostos saÃdos de uma impressora 3D é meio assustador (dá uma olhada na trabalheira que essa coisa toda deu [video_lightbox_youtube video_id=”tkOH_6uzASs&showinfo=0″ width=”640″ height=”360″ anchor=”AQUI”]), ainda mais porque à s vezes eles parecem muito reais. E com os temas adultos, e até sexo rolando, você vai acabar esquecendo que está assistindo a uma animação (então, xô, preconceito!). E vai curtir muito.
Nota:
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Anomalisa
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