As Primeiras

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"As Primeiras": As pioneiras da bola e a luta por um lugar no campo

Os tempos atuais podem não condizer em relação ao que a Seleção masculina de Futebol tem apresentado de uns tempos para cá, mas é notório que fora isso contando pela história do país e principalmente pela cultura, o Brasil é o país do futebol já tem muito tempo.

E como pode o país do futebol ter pensado em proibir mulheres de exercer essa prática esportiva e até mesmo disputar competições? O machismo e sua predominância de poder, obviamente. História que levou mais de 40 anos para mudar e que com isso atrapalhou completamente o desenvolvimento das mulheres no esporte e a construção de uma brilhante trajetória nos gramados na conquista de títulos.

O documentário As Primeiras chega um passo depois na história, falando e mostrando como está a vida daquelas que foram as primeiras mulheres a vestirem a camisa da seleção canarinho nos pós proibição e de como foram suas experiências de como chegaram nas competições internacionais e o caminho para chegar até lá. Afinal a CBF só passou a gerir a seleção feminina a partir de 1988.

As Primeiras faz uma construção de depoimentos dessas mulheres em uma importante visão de como realmente as diferenças ainda são grandes no mercado da bola para homens e mulheres, na verdade um absurdo de gritantes. A base da seleção brasileira feminina na época se concentrou principalmente no subúrbio do Rio de janeira, onde moravam essas mulheres, principalmente através dos clubes Bangu e Radar que conseguiram receitas, cada um à sua maneira para financiar esses times e investir de maneira não muito justas financeiramente para que nossas primeiras pudessem treinar.

De falas e histórias muito interessantes o documentário nos leva a uma empatia instantânea, onde as figuras centrais contam com muita e emoção, porém muito ligadas na realidade o que foram os percalços e alegrias desses tempos de futebol. E não seria estranho saber que a maioria ainda vive no meio do esporte, através de projetos onde algumas delas têm a oportunidade de passar para a frente suas histórias e aprendizados.

Com um gosto de fel, é triste saber que a falta de investimento de clubes e empresas de patrocínio não souberam oportunizar a essas mulheres uma vida mais digna financeiramente, principalmente se comparadas a qualquer jogador de times masculinos de série b, e olha que estamos falando de quem jogou em uma seleção brasileira. Mulheres ainda moradoras do subúrbio. Problema nenhum em ainda se manter lá, desde que seja uma questão de escolha e não por pura e simples necessidade como é o caso.

Grandes mulheres; Elane, Leda, Fia, Marilza, Marisa, Roseli, Fanta que antecederam e abriram caminho para Sissi, Marta, Formiga, Pretinha, Cristiane, Debinha e tantas outas e que ainda seguem lutando por um reconhecimento e melhor investimento em algo tão genuíno e brasileiro que é o Futebol.

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