A dupla de heróis mais amada da animação em stop-motion está de volta com Wallace & Gromit: Avengança, o primeiro longa desde Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais (2005). Sob a direção de Nick Park, o filme retoma a essência que tornou a franquia tão icônica: um humor engenhoso, visualmente encantador e cheio de referências que agradam tanto crianças quanto adultos. Desta vez, a aventura coloca os amigos em um confronto que mistura tecnologia, nostalgia e o retorno de um vilão inesquecível.
No centro da trama está o Norbot, um gnomo inteligente projetado por Wallace, que, como todas as suas invenções, começa com as melhores intenções, mas logo mostra seu lado mais perigoso. Gromit, sempre o mais sensato da dupla, percebe os sinais de alerta quando o Norbot, dotado de uma configuração “maligna” (quem em sã consciência adiciona isso a um robô?), cai nas mãos do sinistro Feathers McGraw. O pinguim vilão, com sua expressão imutável e planos maquiavélicos, retorna sedento de vingança, desta vez com uma trama que explora as possibilidades – e perigos – da inteligência artificial.
A comédia se destaca pelo equilíbrio perfeito entre humor físico e piadas mais sutis, muitas delas escondidas nos detalhes da animação. Desde referências a clássicos do cinema como 2001: Uma Odisseia no Espaço até gags visuais que remetem a Missão: Impossível, o filme é uma celebração do que há de melhor na narrativa visual. A cena do aqueduto, com Wallace e Gromit equilibrando-se precariamente enquanto jogam botas no vilão, é apenas um exemplo da criatividade sem limites da Aardman, o estúdio por trás da franquia e de A Fuga das Galinhas e Shaun, o Carneiro.
A voz de Ben Whitehead como Wallace é um tributo afetuoso ao falecido Peter Sallis, e o elenco coadjuvante adiciona camadas de charme à história. Diane Morgan, como a repórter Onya Doorstep, brilha com um humor seco e mordaz, enquanto Peter Kay e Lauren Patel trazem momentos hilários como os policiais que investigam o caos crescente. É uma demonstração de como Wallace & Gromit: Avengança consegue combinar personagens excêntricos com uma narrativa moderna e relevante.
Além da ação e da comédia, o filme toca em temas mais profundos, como nossa relação com a tecnologia. A dependência de Wallace no Norbot e a sabotagem do robô exploram questões contemporâneas, mas de forma leve e acessível. Gromit, com sua expressividade única, continua sendo o coração emocional do filme, mostrando coragem e lealdade ao lidar com as invenções cada vez mais desastrosas de Wallace.
No final, Wallace & Gromit: Avengança é uma celebração atemporal da amizade e da inventividade. A Aardman prova mais uma vez que o humor, quando aliado a uma animação impecável, pode transcender gerações. Seja para os fãs da franquia ou para quem está descobrindo a dupla pela primeira vez, esta nova aventura é um deleite imperdível.
