Autorretrato de uma Filha Obediente é um verdadeiro sucesso do cinema romeno independente. Ele tem uma protagonista em busca de seu próprio caminho através do mundo e isso se faz de uma maneira bastante minimalista.
O autorretrato do tÃtulo é de Cristiana (Elena Popa), uma jovem que tenta desfrutar de sua liberdade recém-conquistada, depois que seus pais se mudam para fora do apartamento que compartilhavam com ela. Sozinha nos cômodos vazios, Cristiana tenta preencher o espaço recém adquirido. Ela está feliz por finalmente poder ser ela mesma, mas na verdade não faz ideia de quem ela seja.
O roteiro escrito pela diretora Ana Lungu constrói uma prisão imaginária feita de paredes invisÃveis ao redor de Cristiana, enquanto destaca seu conformismo com toda a situação que a cercava.
Realizado com praticamente nenhum financiamento ao longo de quase três anos, Autorretrato de uma Filha Obediente é uma conquista importante da indústria cinematográfica romena, que em grande parte depende do financiamento do Centro Nacional de Cinema do paÃs.
Elena Popa impressiona ao conseguir trabalhar com o universo limitado de Cristiana: conversas com amigos, seus esforços para terminar sua tese de doutorado (em engenharia sÃsmica) e sua vontade de comprar um cachorro, são representados com uma câmera que nunca se move e enfatiza a rotina da vida da personagem, transformando o filme em uma espécie de thriller psicológico ultra-minimalista. Cristiana vai mudar ao final dessa jornada ou não? Este é o cerne em questão do filme.
Mesmo que as demais performances pareçam tensas e muitas vezes encenadas, o filme consegue segurar a atenção em sua protagonista falha, que prova que quando as portas são fechadas em sua cara, sempre pode-se quebrar uma janela. Sem o uso de grandes gestos ou um desfecho chocante, o roteiro empurra Cristiana na direção certa, permitindo que ela ganhe tanto a sua sonhada liberdade quanto o respeito do telespectador.
Nota:
Autorretrato de uma Filha Obediente
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