Quando o filme original já não é lá essas coisas fica difícil a sequência ser, ainda mais quando parece tão desconectada quanto possível da proposta.
Em Avassaladoras 2.0, a personagem principal é Isabel (Fefe Schneider), uma adolescente brasileira de 16 anos que sonha em se tornar atriz. É por isso que sempre que conversa com o influencer J Crush (Murilo Bispo), ela já se diz a meio caminho da fama, algo normal para uma residente de Los Angeles. A relação dos dois acontece somente de forma online, até que Laura (Juliana Baroni), mãe de Bebel, anuncia uma ida das duas ao Brasil. Durante a viagem, Isabel vai precisar encarar um encontro real com JCrush, além de rever familiares e amigos que não sabem de sua vida inventada.
A comédia romântica Avassaladoras de 2002 foi um filme divertido, fácil de assistir, bom para ver uma vez, descontrair e seguir a vida. Contudo, o filme ficou altamente datado, pois retrata um cenário que a maioria das mulheres não está mais disposta a tolerar. Sua sequência, Avassaladoras 2.0, seguiu um caminho um pouco diferente ao focar na vida e dramas de uma adolescente em vez de uma mulher adulta, e apesar de ter atualizado o contexto para as tendências de hoje, não conseguiu sair do lugar comum. Talvez um pouco, mas muito pouco, na edição, mas mesmo assim, nada que já não tenha sido visto antes. Além disso, ele está tão distante do primeiro longa que ao espectador fica a impressão de que o título foi emprestado ao novo filme em vez de realmente haver uma sequência, por mais que os nomes de alguns personagens tenham permanecido na história.
Os diálogos são totalmente enfadonhos, não há fluidez entre os envolvidos, que inclusive parecem estar apenas servindo como ornamento das cenas em vez de verdadeiramente vivendo o enredo, com uma ressalva para a atriz principal, que conseguiu mostrar mais autenticidade do que os demais. Isso talvez se deve ao fato de que parte da narrativa que interpreta é idêntica à sua (perda recente do pai, mudança de países), o que mostra talento e dedicação na construção da interpretação. Esperamos, infelizmente, que não haja um terceiro e a franquia pare por aí.