Baile das Loucas

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“Baile das Loucas”: Belíssimo filme de época que retrata a belle époque francesa sob um olhar triste de restrições de direitos

Aqui vão algumas informações rápidas sobre o filme:

  1. É um drama feminista francês dirigido por Arnaud des Pallières.
  2. Possui ritmo de suspense próximo ao de um thriller.
  3. É um longa de época, com figurinos e cenários bem elaborados.
  4. A história se passa durante a belle époque francesa, no final do século 19.
  5. Traz personalidades da época e eventos que realmente aconteceram.

Qual a história de “Baile das Loucas”?

Paris, 1894. Todos os anos, durante o Carnaval, um grande e popular baile é realizado no hospício feminino La Pitié Salpétrière. Lá, 150 mulheres são selecionadas entre as 4500 pacientes para participarem do “Baile das Loucas”, onde são aguardadas com grande apreensão pelos convidados. Fanni, de 35 anos, que ao contrário das outras mulheres que são internadas injustamente à força, se internou voluntariamente. Seu único objetivo é encontrar sua mãe para fugirem juntas.

”Baile das Loucas” retrata o que foi o surto das internações forçadas

Baile das Loucas é um filme que nos apresenta uma época de muito progresso, e também de muita tristeza. É um período sombrio em que internações arbitrárias aconteciam com frequência em hospitais e clínicas psiquiátricas. Os motivos eram os mais egoístas possíveis: eliminar rivais políticos, apropriação indevida de herança, por vingança, ou para se livrar de mulheres que se tornaram indesejáveis.

Uma vez nesses lugares, os “pacientes” recebiam tratamento desumano. Uma vez que nessa época o conhecimento da psiquê ainda era bastante nebuloso. Infelizmente essa prática abusiva de internações não se restringiram ao final do século 19, e tampouco à França. No Brasil, temos um caso muito famoso que foi retratado em um documentário chamado Holocausto Brasileiro, A segunda temporada de American Horror Stories, chamada Asylum, também mostra histórias de internações forçadas.

Os motivos sempre foram diversos, e as histórias as mais tristes. Prova disso é que até hoje são produzidos filmes e séries com essa temática.

Um filme com atuações brilhantes

Arnaud des Pallières escolheu atrizes maravilhosas para compor seu elenco. Todas as atrizes interpretam seus papeis com extrema delicadeza, o que resulta em personagens verdadeiras e intensas. Para ser sincero, sempre admirei o método francês de atuação. Desde a Nouvelle Vague os franceses se aprimoram bastante no quesito “diálogo”. Os franceses são muito bons expressando suas ideias tanto no cinema quanto no teatro.

A direção nervosa de Arnaud des Pellières

Pallières se esforçou bastante para tentar reproduzir o ambiente de loucura para o público de Baile das Loucas. Contudo, acredito que não agradou muitas pessoas com isso. Pallières usa movimentos de câmera incomuns, e escolhe ângulos pouco usuais, o que incomoda o público acostumado a uma plasticidade mais limpa típica de filmes hollywoodianos. Essa escolha por movimentos e ângulos é para reforçar o absurdo da trama. Em certos momentos essa escolha cai bem, e em outros não.

A história se arrasta bastante, mostrando demais coisas que não necessitavam de tanto tempo assim de tela. Mas devo reforçar aqui que essa percepção é totalmente subjetiva. Há pessoas que vão gostar e há pessoas que não.

Vale a pena ver “Baile das Loucas”?

Baile das Loucas é um filme que de certa forma nos provoca ansiedade. Então, estejam preparados para sentir momentos agoniantes de espera, como se estivessem de fato internados à força junto com todas aquelas mulheres. É uma experiência que agrega bastante ao filme, já que somos convidados a fazer parte da história, mesmo que de forma indireta.

Se você deseja experimentar 2 horas de loucura em movimentos de câmera fora do comum, e sentir emoções que só um legítimo thriller francês é capaz de proporcionar, então esse filme é para você!

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